Brasil, 26 de julho de 2025
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Mais de duas dezenas de clínicas da Planned Parenthood anunciam fechamento devido à perda de financiamento federal

Mais de 25 unidades da Planned Parenthood nos EUA fecharam nos últimos meses após novas regras federais cortarem reembolsos pelo Medicaid e Medicare

Mais de duas dezenas de unidades da Planned Parenthood em diversos Estados dos Estados Unidos anunciaram o fechamento nos últimos meses, em decorrência de preocupações com o corte de financiamento federal causado por novas regras que impedem a organização de receber reembolsos do Medicaid e Medicare. Até 25 de julho, pelo menos 10 estados haviam sido atingidos por esses encerramentos.

Fechamentos em resposta às novas regras federais

No dia 4 de julho, o presidente Donald Trump assinou a Lei de Congelamento de Reembolsos, que impede temporariamente o repasse de verbas do Medicaid e Medicare à Planned Parenthood por um ano. Essa medida está sendo contestada judicialmente, mas uma ordem judicial recente permitiu sua vigência na maior parte das filiais da organização.

Algumas unidades anunciaram antecipadamente o fechamento antes da entrada em vigor da medida, enquanto outras começaram a comunicar seus encerramentos nesta semana. Entre elas, a Planned Parenthood Mar Monte anunciou, em uma postagem no Instagram, o fechamento de cinco centros no norte da Califórnia, além do encerramento de outras três clínicas essenciais.

Reações e controvérsias

A Planned Parenthood descreveu a medida como “uma volta às trevas” para o acesso a serviços de saúde reprodutiva, chamando o corte de “uma espécie de proibição indireta ao aborto em estados que defendem a liberdade reprodutiva”. A organização informou que continuará operando 30 clínicas de aborto na Califórnia e Nevada.

Kristan Hawkins, presidente do Students for Life of America, afirmou que os fechamentos representam uma “vitória para os bebês na Califórnia”, destacando o papel do estado como um “polo de aborto tardio”.

Outras unidades da Planned Parenthood nos EUA estão encerrando operações também em Iowa, Michigan, Minnesota, Ohio, Utah, Vermont, Nova York, Indiana e Texas. Segundo a Federação da organização, quase 200 clínicas — cerca de 60% das unidades — podem ser fechadas devido à retirada de fundos públicos.

Críticas ao funcionamento da organização

Marjorie Dannenfelser, presidente da Susan B. Anthony Pro-Life America, afirmou que as clínicas estavam respondendo à própria gestão da Planned Parenthood. “A organização foca em aborto, transição de gênero e gastos políticos, enquanto coleta centenas de milhões de dólares do governo”, declarou, ressaltando a existência de outros centros de saúde mais acessíveis e abrangentes.

Michael New, especialista do Charlotte Lozier Institute, considerou os fechamentos uma vitória para o movimento pró-vida, afirmando que isso reduz o número de profissionais ligados ao setor do aborto e minimiza ações que promovem uma cultura de promiscuidade por meio de programas de controle de natalidade e educação sexual.

Impacto e contexto das restrições federais

Antes das novas regras, a legislação federal impedia que o Medicaid e o Medicare financiassem diretamente procedimentos abortivos, mas a Planned Parenthood ainda recebia recursos para serviços não abortivos, incluindo exames, contracepção e outros cuidados.

De acordo com o relatório anual da organização, referente ao período de julho de 2023 a junho de 2024, aproximadamente 40% de toda a receita da Planned Parenthood vinha de fundos públicos, sendo quase US$ 800 milhões nesse período, com grande parte proveniente de reembolsos do Medicaid e Medicare.

Perspectivas futuras

Analistas e críticos afirmam que esses fechamentos representam um avanço na luta contra a influência da organização nos EUA. Segundo New, mesmo unidades que não realizam abortos continuam a fazer referências, e cada clínica fechada diminui a quantidade de profissionais envolvidos no setor. Além disso, ele destaca que a redução de centros de planejamento familiar incentivaria uma cultura sexual mais segura e responsável.

A expectativa é que a disputa judicial e o impacto real dessa política continuem a ser acompanhados de perto pelos envolvidos na questão do aborto nos Estados Unidos. A proposta de cortar recursos públicos busca diminuir a presença da Planned Parenthood na assistência à saúde e no debate sobre direitos reprodutivos, reforçando o movimento pró-vida no país.

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