A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) encaminhou ao governo federal pedidos de suspensão de impostos e a criação de linhas de crédito emergencial para o setor. A iniciativa visa mitigar os efeitos das tarifas de 50% que os Estados Unidos vão cobrar às exportações brasileiras, a partir de 1º de agosto.
Propostas para proteger o setor de eletroeletrônicos
Em ofício ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a Abinee propõe a estruturação de linhas de financiamento emergencial via BNDES ou Finep, suspensão da tributação sobre insumos utilizados na exportação e a desoneração temporária da folha de pagamento. Além disso, solicita aumento temporário da alíquota do programa Reintegra, crédito presumido de IPI ou PIS/Cofins sobre exportações aos EUA e ajustes no preço de transferência.
Medidas adicionais de alívio financeiro
O setor também pediu ao governo estadual de São Paulo incentivos como a aceleração da devolução de saldos credores do ICMS, ampliação de regimes especiais de ICMS e a criação de um regime simplificado de suspensão do imposto. Essas ações visam reduzir custos e manter a competitividade das empresas brasileiras diante das tarifas.
Impactos das tarifas e riscos econômicos
Segundo a Abinee, as propostas são de caráter temporário, enquanto o efeito negativo das tarifas sobre a indústria se mantiver. A entidade alerta que a taxação pode levar à perda de competitividade, queda nas encomendas e paralisação de embarques, já que as exportações representam cerca de 17% do faturamento total do setor. No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras de eletroeletrônicos totalizaram US$ 3,8 bilhões, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2024.
Atualmente, os EUA são o principal destino externo da produção nacional de eletroeletrônicos, recebendo 29% do total exportado. Os principais itens enviados ao país incluem transformadores, motores e geradores. O valor das vendas para os EUA atingiu US$ 1,1 bilhão, um aumento de 23% no período.
Atuação do governo e perspectivas futuras
O setor busca ainda a intensificação das negociações comerciais. Segundo informações, o governo brasileiro aproxima-se dos EUA, com conversas entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o secretário de Comércio de Trump, explorando possibilidades de negociação e compensação pelos impactos das tarifas. “Interesse do Brasil na negociação” é uma das estratégias contempladas pelo governo.
De acordo com especialistas, as medidas emergenciais buscan garantir a continuidade da competitividade brasileira no mercado internacional, em um momento de pressão econômica causada pela política tarifária dos EUA. A expectativa é que as ações propostas possam atenuar os efeitos conflitantes enquanto se buscam soluções mais duradouras para a disputa comercial.
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