Blake Scholl, fundador da Boom Supersonic e apelidado de “Elon Musk” das viagens aéreas, revelou detalhes sobre os custos de passagens para a nova aeronave, que promete revolucionar o transporte aéreo. O modelo, conhecido como Boom Overture, permitirá que os passageiros façam o trajeto entre Londres e Nova York em apenas 3,5 horas, ao mesmo tempo que saem europeus, algumas horas antes de chegar ao seu destino.
A revolução dos voos supersônicos
Durante uma entrevista ao The Telegraph, Scholl explicou como a nova tecnologia de voos supersônicos pode transformar a forma como pessoas viajam ao redor do mundo. Ele enfatizou que o Overture, que voará a uma velocidade de Mach 1.7, representa um passo significativo em relação ao passado, onde as aeronaves foram cada vez mais lentas desde a era do Concorde.
“Quando vejo os vídeos do último pouso do Concorde em 2003, me emociona. Desde os Irmãos Wright até o Concorde, cada geração de aviões foi mais rápida, mas regredimos. Vivemos nas idades das trevas. O mundo precisa de voos supersônicos”, disse Scholl.
Características da Boom Overture
O Overture estará equipado para transportar entre 60 e 80 passageiros, sendo capaz de operar em mais de 600 rotas globais, com uma redução no tempo de viagem de até 50% em relação aos voos convencionais. O novo jato fará com que uma viagem de Nova York a São Francisco dure apenas quatro horas, permitindo que os viajantes saiam de Nova York às 9h e desembarquem na Califórnia às 10h, horário local.
O empresário prevê que os preços das passagens para viagens de ida e volta de Londres a Nova York sejam em torno de £5.000, um valor que ele acredita ser aceitável para o serviço de luxo oferecido pela nova aeronave. Scholl explicou que o fracasso do Concorde original se deu, em parte, pela alta tarifa de quase US$ 20.000, o que o tornou inviável para muitos passageiros.
Por que o Concorde falhou
O legado do Concorde foi ofuscado por seu alto custo e pela baixa demanda. Scholl observa que a aeronave voava com apenas metade de sua capacidade, o que afetava a viabilidade econômica do modelo. “Se fosse metade do tamanho, as tarifas seriam mais baixas e poderia ter funcionado economicamente. É isso que estamos criando”, afirmou.
Além dos altos custos, outros fatores contribuíram para o fim do Concorde, como sua ineficiência em voar sobre terras habitadas, um problema que agora foi corrigido com o novo modelo, que poderá voar sem produzir um estrondo sônico audível, através da tecnologia chamada “Cruise Boom” que permite voar a velocidades de até Mach 1.3. Isto significa que, ao cruzar grandes áreas urbanas, o novo Overture não causará incômodos aos habitantes da região, essencialmente abrindo novas rotas no mercado da aviação comercial.
Testes e futuras expectativas
A Boom Supersonic está otimista quanto à adoção generalizada do Overture, com encomendas já realizadas por grandes companhias aéreas, como American Airlines e Japan Airlines. A companhia prevê que a produção da primeira aeronave comece no próximo ano, com voos de teste programados para os próximos quatro anos.
Com o objetivo de aprovação pelo FAA até o final desta década, a Boom está focada em garantir que o Overture possa atender os padrões de segurança e performance necessários para ingressar no mercado de passageiros. A empresa acredita que o futuro das viagens aéreas será marcado por tecnologias que permitam uma experiência de voo mais rápida e eficiente, criando conexões entre pontos do globo em tempos sem precedentes.
Com as promessas de mudanças significativas no setor aéreo, a Boom Supersonic está pronta para iniciar um novo capítulo na história da aviação comercial, revitalizando o sonho dos voos supersônicos que havia sido deixado de lado nos últimos anos.