Desde que Fernando Haddad assumiu o Ministério da Fazenda em dezembro de 2022, a frase acima tem sido uma diretriz para sua equipe econômica. Recentemente, Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e nomeado para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central, ecoou essa intenção, prometendo trabalhar pela harmonia entre as políticas fiscal e monetária, caso o Senado aprove sua nomeação.
A polêmica da política monetária e fiscal
A política monetária e fiscal, em teoria, funcionam em conjunto para regular a economia. A política monetária é geralmente responsável pelo controle da quantidade e custo do dinheiro em circulação, com o Banco Central no controle. Em contraste, a política fiscal refere-se à arrecadação e investimentos do governo, comandada pelo governo federal.
Apesar dessa divisão teórica, Haddad e sua equipe criticam a tendência da economia brasileira de aplicar políticas fiscais e monetárias que parecem contraditórias. Em suas palavras, estas são “dois braços do mesmo organismo que precisam funcionar juntos”.
Traduzindo a diretriz
Por trás desse lema, os especialistas veem uma tentativa de desencadear mudanças nas decisões econômicas que influenciam a vida cotidiana dos brasileiros. Isso inclui a definição da taxa de juros e o papel dos futuros investimentos públicos na estimulação da economia brasileira.
A professora Simone Deos, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, reiterou a importância da coordenação entre a política fiscal e monetária para a eficácia da política econômica. Em sua visão, o Ministério da Fazenda e o BC precisam trabalhar em conjunto ao fazer política econômica.
Impacto para o cidadão
Segundo o professor Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ao falar em harmonia fiscal e monetária, o ministro Haddad refere-se principalmente à taxa de juros e à necessidade de reduzi-la. “Isso é muito importante para o dia a dia do cidadão”, observou Bastos.
Desafios adiante
Com o Banco Central ganhando autonomia em 2021, a coordenação entre a política fiscal e monetária tornou-se mais desafiadora. Contudo, os economistas concordam que essa coordenação deve ser um objetivo do governo, garantindo uma abordagem mais eficaz para gerir a economia brasileira.