O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, declarou recentemente que o governo depende do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para aprovar suas medidas legislativas. A dependência se deve, de acordo com Nogueira, à falta de uma base consolidada do governo no Congresso. “A articulação toda está nas mãos dos presidentes Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Não tem articulação política”, afirmou Nogueira.
A fala de Ciro Nogueira reforça que a aprovação das medidas governamentais depende, atualmente, do nome de Arthur Lira. Para o ex-ministro de Bolsoanro o governo só conseguirá aprovação dos deputados para as medidas que contarem com o aval de Lira.
Esse cenário se deve, de acordo com Nogueira, à falta de uma base consolidada do governo federal no Congresso. Sem uma coalizão sólida para assegurar a aprovação de suas medidas, o governo passa a depender do capital político de figuras como Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Essa dependência do capital político de Lira é evidente no caso do novo marco fiscal. O senador afirmou que a proposta só será aprovada por conta do presidente da Câmara, indicando o grande peso da liderança de Lira nas decisões do Congresso.
Diante desse cenário, é inegável a relevância de Arthur Lira na política brasileira atual. E do próprio senador Ciro Nogueira, que preside o Progressitas.
O capital político de Ciro Nogueira aliado a liderança de Lira na Câmara dos Deputados, fazem deles personagens centrais para o avanço das medidas governamentais.
Ciro diz que Lira está consumindo seu capital político
Nogueira expressou preocupação de que Lira esteja esgotando seu capital político ao ajudar o governo. “Eu o alertei de que ele está consumindo o capital político que tem para ajudar o governo. Não sei até quando os deputados ficarão votando só na base do prestígio de Arthur. Já noto um desgaste disso”, declarou Nogueira.
O Novo Marco Fiscal
Nogueira também afirmou que o novo marco fiscal será aprovado graças a Lira, cuja liderança na Câmara, segundo Nogueira, é sem precedentes. Ele prevê que a base governista atual de 180 deputados será insuficiente para garantir a aprovação do projeto sem a influência de Lira.
A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência da proposta na quarta-feira passada, acelerando a análise do texto para votação direta em plenário. A votação do mérito do texto está prevista para o dia 24 de maio, segundo o relator, deputado Cláudio Cajado (PP-BA).
Posicionamento frente ao governo Lula
Apesar de seu papel crucial no avanço das medidas governamentais, Nogueira afirmou ser “totalmente oposição” ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele mencionou que tem uma grande diferença com o atual governo e criticou Lula por não se preparar adequadamente para assumir a presidência e escolher ministros políticos em uma semana.
Previsões para 2026
Nogueira também fez previsões para as eleições de 2026. Ele acredita que a eleição será vencida pela direita, caso Bolsonaro seja inelegível, uma situação que ele descreveu como um “absurdo”. Ele apontou para Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, como um forte candidato.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também foi mencionada como uma potencial candidata ao Senado. “Ela não tem esse viés de ser candidata a presidente, pelas conversas que tenho com o presidente Bolsonaro. Se tem uma eleição certa, é a da Michelle para senadora pelo DF”, afirmou Nogueira.
Além disso, Nogueira apontou o ministro Fernando Haddad como o sucessor natural do presidente Lula, caso ele decida não concorrer à reeleição. No entanto, ele afirmou que existem ministros do governo trabalhando contra Haddad, visando impedir seu sucesso.