Durante coletiva realizada nesta semana, economistas ressaltaram a necessidade de cautela na execução do orçamento, destacando que o aumento na arrecadação pode ser insuficiente para cobrir despesas inesperadas no cenário atual. Uma das preocupações é a fragilidade que pode surgir caso fatores imprevistos, como a taxação de produtos brasileiros na economia americana, não sejam considerados nas contas públicas.
Incertezas fiscais e arrecadação futura
Juliana, economista do Insper, afirmou que “o quanto tudo pode se frustrar com fatos ainda não considerados nas contas é uma questão que preocupa”. Ela destacou questões que envolvem a taxação de produtos brasileiros nos Estados Unidos e a arrecadação proveniente da reforma do Imposto de Renda, fundos de super ricos e gastos tributários, que ainda permanecem incertos. Segundo ela, esses fatores podem alterar significativamente o equilíbrio fiscal esperado.
Sinalizações contrárias à preservação ambiental
Ela também pondera que o aumento expressivo na arrecadação decorrente da exploração de petróleo e gás, especialmente às vésperas da COP 30, em Belém, pode contradizer a postura brasileira na discussão global sobre sustentabilidade. “Esse movimento pode prejudicar a ambição do Brasil de liderar uma transição para uma matriz econômica mais limpa e sustentável”, afirmou Juliana.
Revisão de contingenciamentos e o caminho a seguir
O secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento, Clayton Montes, destacou que os contingenciamentos podem ser revistos no futuro, caso seja necessário. A professora do Insper, no entanto, defende que uma redução menos expressiva no momento pode garantir maior segurança fiscal, evitando a necessidade de revisões posteriores. Ainda assim, ela reconhece que determinar o valor ideal para o contingenciamento é uma tarefa difícil, dada a complexidade do cenário econômico.
Perspectivas futuras
Segundo especialistas, a estratégia de contenção de despesas deve ser acompanhada de perto, com ajustes dinâmicos diante das incertezas econômicas e fiscais. A relação entre o cumprimento do compromisso fiscal e a preservação do meio ambiente permanece como um desafio central para o governo brasileiro, especialmente em um contexto de crescente pressão internacional por sustentabilidade.
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