Ozzy Osbourne, o lendário vocalista do Black Sabbath, faleceu na terça-feira, 22 de julho, aos 76 anos. Com uma carreira recheada de histórias polêmicas e momentos marcantes, um dos episódios mais emblemáticos foi sua demissão da banda que ajudou a fundar. Este ocorrido, datado de 27 de abril de 1979, é frequentemente lembrado como um ponto de virada não apenas na trajetória de Ozzy, mas também na história do metal.
A demissão que chocou o mundo do rock
A saída de Ozzy do Black Sabbath foi motivada por uma série de fatores, incluindo o uso excessivo de drogas e uma crise criativa que afetava a banda. Após a recepção morna dos álbuns Technical Ecstasy (1976) e Never Say Die! (1978), o grupo britânico se viu à beira do colapso. Na tentativa de se reerguer, os membros decidiram afastar Ozzy, visando preservar a formação original do conjunto.
No livro Louder Than Hell: The Definitive Oral History of Metal, o guitarrista Tony Iommi compartilha suas reflexões sobre o ocorrido. “Não conseguimos continuar com Ozzy. Embora todos quisessem, não conseguimos. […] Não queríamos demiti-lo, mas precisávamos fazer isso para continuar”, explica o músico, ressaltando a dificuldade que a banda enfrentava na época.
As tensões da época
As tensões internas começaram a aumentar quando Ozzy faltou aos ensaios e desapareceu por seis semanas, durante as quais passou a frequentar baladas. “Isso chegou a um ponto em que nada acontecia com ele. Ele se separou de nós”, declara Iommi, evidenciando a frustração e desgaste emocional que culminaram na decisão de romper com o vocalista.
Perspectiva de Ozzy
Contrapondo a narrativa da banda, Ozzy apresenta em seu livro I Am Ozzy uma versão que explora seu lado da história. Ele descreve que se sentia traído pelo tratamento que recebeu dos colegas. “Crescemos juntos a algumas ruas de distância. Éramos uma família, como irmãos”, escreve. Ozzy se lembra da pressão para repetir gravações, mesmo quando sua performance estava em bom nível, apontando a hipocrisia das acusações: “Se eu estou chapado e você está chapado, como você pode me demitir por estar chapado?”, questiona o cantor.
O legado de Ozzy no Black Sabbath
A demissão de Ozzy Osbourne, embora dolorosa na época, não pôde apagar o legado que ele ajudou a construir com o Black Sabbath. A banda continua sendo uma das mais influentes na história do rock, e a voz inconfundível de Osbourne é um dos elementos centrais desse sucesso. Embora a separação tenha sido marcada por conflitos e desentendimentos, a contribuição de Ozzy ao gênero musical e à cultura pop é indiscutível.
Os fãs de Osbourne e do Black Sabbath lembrarão com carinho dos anos em que a banda esteve em sua formação original, onde juntos criaram clássicos que ainda ecoam nos palcos e nas rádios ao redor do mundo. Com a morte de Ozzy, o mundo do rock perde uma de suas maiores lendas, mas sua música e seu impacto continuarão vivos.
Em meio à tristeza pela perda, relembrar momentos como sua demissão do Black Sabbath serve para mostrar a complexidade de sua trajetória e a condição humana por trás do ícone. A história de Ozzy é uma combinação de trajetória musical brilhante, dificuldades pessoais, e uma luta constante pela integração entre o ser humano e o artista que ele se tornou.
Assim, enquanto os tributos a Ozzy começam a surgir, sua contribuição para o metal e o legado que ele deixa para as futuras gerações são inestimáveis. O dia em que ele foi expulso do Black Sabbath pode ter sido o fim de uma era, mas também foi o início de uma nova fase em sua carreira cheia de altos e baixos, marcada por sua resiliência e amor pela música.