Na noite de ontem, o ex-presidente Donald Trump divulgou um vídeo gerado por inteligência artificial (IA) mostrando Barack Obama sendo preso pelo FBI, o que provocou forte reação nas redes sociais. A publicação rapidamente conquistou mais de 1,6 milhão de visualizações na plataforma X, atraindo tanto apoio quanto críticas.
Vídeo falso de Obama é compartilhado por Trump
O clipe inicia com um discurso de Obama, no qual ele afirma: “Ninguém, especialmente o presidente, está acima da lei”. Em seguida, apresenta uma cena em que Trump e Obama aparecem juntos na Casa Branca, cercados por agentes do FBI. Aos poucos, a atenção dos agentes se volta para o ex-presidente, que é empurrado de joelhos — supostamente, sendo preso. Na sequência, Obama é mostrado com as mãos atrás das costas, sendo levado algemado e, por fim, atrás das grades.
Reações polarizadas à publicação
Enquanto apoiadores de Trump e a ala mais radical da sua base elogiaram a postagem, muitos internautas criticaram duramente a publicação. Um deles comentou: “Não é engraçado. É particularmente nojento mostrar uma pessoa negra inocente sendo presa — especialmente uma que dedicou a vida a superar estereótipos que Trump claramente favorece”, apontando o tom racista da cena. Outro questionou: “Isso é o que vocês votaram?”
Além disso, críticos também ressaltaram a hipocrisia de Trump, dado o seu histórico de condenações criminais, incluindo 34 crimes de falsificação de registros comerciais e atos de abuso sexual, segundo reportagens do BuzzFeed e da AP. “Transparece um oportunismo barato, explorando o que há de pior na política”, comentou um analista político.
Contexto político e reivindicações de teor conspiratório
O momento da divulgação coincide com declarações de Tulsi Gabbard, atual diretora do Escritório de Inteligência Nacional, que alegou possuir evidências de uma suposta conspiração da administração Obama para deslegitimar a vitória de Trump em 2016. Em uma postagem no Twitter, Gabbard afirmou: “O objetivo deles era usurpar o presidente Trump e subverter a vontade do povo americano”.
Segundo o New York Times, democratas consideraram as alegações de Gabbard infundadas, mas a publicação de Trump e outros grupos pró-governo parecem reforçar essa narrativa de conspiração.
Debates sobre racismo, hipócrisia e política
O episódio reacende discussões sobre o uso de deepfakes e a linha tênue entre liberdade de expressão e disseminação de informações falsas com intenções políticas. Na sociedade, há uma crescente preocupação com o impacto de campanhas que reforçam preconceitos raciais e alimentam a polarização.
Especialistas alertam para os perigos de estratégias extremas de campanha que exploram a desinformação e o racismo estrutural. O que você acha dessa tática? Compartilhe sua opinião nos comentários.