em no coração das pessoas.
Pizzaballa: “encontrei a dignidade do espírito humano”
O cardeal Pizzaballa compartilhou momentos tocantes da sua visita a Gaza. Ele descreveu a experiência de andar entre os escombros, onde viu a realidade brutal do deslocamento forçado. “Milhares de tendas surgiram ao longo das praias, abrigando famílias que perderam tudo, vivendo dias de exílio sem horizonte de retorno”, afirmou. Apesar das circunstâncias desoladoras, Pizzaballa ressaltou a notável resiliência do espírito humano em Gaza: “Encontramos a dignidade que se recusa a se extinguir. Mães cozinham, enfermeiros cuidam dos feridos e todos, independentemente da religião, continuam a orar”. Ele concluiu abordando a presença de Cristo nesse contexto de sofrimento, afirmando que Ele está “crucificado entre os feridos e presente em cada ato de misericórdia”.
“Nossa missão para todos”
Pizzaballa enfatizou que a missão da Igreja em Gaza não é exclusiva a um grupo, mas se estende a todos, independentemente da fé: “Nossos hospitais, escolas, abrigos e igrejas são para todos: cristãos, muçulmanos, crentes e não crentes”. Ele também fez um alerta sobre a crise humanitária, afirmando que a fome em Gaza constitui uma “humilhação moralmente inaceitável”. Ocardeal finalizou seu discurso reafirmando o compromisso da Igreja em buscar uma paz justa que respeite a dignidade de todos os envolvidos.
As perguntas dos jornalistas
Após seus pronunciamentos, os dois patriarcas responderam a perguntas da imprensa, que buscava entender melhor as experiências e observações deles durante a visita. Pizzaballa denunciou a atual situação em Gaza, declarando que “hoje Gaza é uma terra sem lei”. A respeito da ajuda humanitária, ele mencionou que já existe um acordo para enviar 500 toneladas de suprimentos, detalhando que a logística para a entrega é complexa, mas esperam iniciar a expedição em breve. Ele também notou que as pessoas que encontrou falavam no presente, como se quisessem desafiar a destruição que as cercava.
O patriarca ortodoxo: intensificar a oração e a esperança
Teófilo III, em entrevista ao jornal “L’Osservatore Romano”, também se mostrou impactado pela situação em Gaza, descrevendo o cenário que testemunhou como “de profunda tristeza”. Ele apelou pela intensificação da oração e da esperança, reafirmando a necessidade de um esforço conjunto para que a guerra e o sofrimento terminem. Para ambos os patriarcas, a situação demanda não apenas empatia, mas também ação e mobilização da comunidade internacional.
As declarações dos patriarcas destacam a urgência da solidariedade em momentos críticos e a necessidade de garantir a dignidade da vida em Gaza, tornando visíveis as vozes que clamam por ajuda. A visita e participação ativa dos líderes religiosos podem ser um passo significativo em direção à conscientização global sobre a situação difícil enfrentada pela população local.
Na manhã desta terça-feira (22 de julho), em Jerusalém, ocorreu uma coletiva de imprensa liderada pelo patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa, e pelo patriarca ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III. O evento teve como objetivo relatar a visita dos religiosos à comunidade cristã em Gaza, devastada pelo recente bombardeio que atingiu a igreja católica da Sagrada Família, resultando na morte de três pessoas e deixando dez feridos.
A coletiva de imprensa dos dois patriarcas
Com a presença de mais de cem jornalistas de diferentes partes do mundo, o evento ocorreu no auditório Notre Dame, em Jerusalém. Os dois patriarcas compartilharam suas experiências e preocupações após visitarem a Faixa de Gaza, um local atualmente isolado da cobertura midiática devido às restrições impostas pelo governo israelense. A atuação da mídia foi fundamental para esclarecer a situação alarmante enfrentada pela população local, especialmente após a violência recente.
Teófilo às crianças: “A Igreja permanece ao lado de vocês”
A coletiva começou com um vídeo que mostrava a destruição em Gaza, criando um clima de tensão e empatia. O patriarca ortodoxo Teófilo III forneceu uma descrição vívida da situação: “Gaza é uma terra ferida por uma aflição prolongada e marcada pelo choro de seu povo”. Ele destacou a importância de ouvir a voz da comunidade internacional e fez um apelo à solidariedade, especialmente em relação às crianças que sofrem com a violência. “A Igreja permanece ao lado de vocês”, disse o patriarca, enfatizando a esperança e a dignidade que ainda permanec