O jambu, planta típica da Amazônia conhecida por causar sensação de dormência e tremor, ganha destaque na produção de bebidas, cosméticos e extratos afrodisíacos, com clientes no Brasil e no exterior. A demanda aumenta especialmente com a realização da COP 30, em Belém, que promete valorizar produtos sustentáveis da região.
Novos rumos para o jambu na agroindústria
Nos últimos anos, o uso do jambu extrapolou suas origens culinárias no tacacá e pratos paraenses, chegando a bebidas como licor de cacau com jambu, criado por Tatiana Sinimbu, com previsão de entrada no mercado até agosto em Belém. Segundo ela, a expectativa é ampliar a atuação no mercado internacional, promovendo a Amazônia por meio de produtos inovadores.
Produtores e fortalecimento da cadeia
José Erivaldo Macedo, agricultor de Fortaleza-CE, cultiva o jambu há oito anos em Castanhal, no Pará. Com uma lavoura irrigada de dois hectares, ele trabalha com a venda de flores e processa cerca de 5 toneladas mensais, aumento de 50% em relação ao ano passado. “Cerca de 15 a 20 famílias entregam matéria-prima, com produção própria de uma tonelada por mês”, explica Macedo.
Investimentos e estratégias de escala
Para assegurar a escala de produção, Macedo investiu mais de R$ 200 mil em irrigação, o que ajudou a superar as secas de 2023 e 2024. Embora não tenha formado cooperativa, compra flores de pequenos produtores locais. Sua meta para 2025 é dobrar o faturamento, alcançando R$ 3 milhões, impulsionado também pela demanda internacional crescente.
Aplicações na gastronomia e cosmética
O jambu integra pratos tradicionais, como o tacacá, além de futuras bebidas, como o licor de cacau. Na cosmética, seu extrato está sendo utilizado por empresas que veem potencial afrodisíaco na planta, que também pode ser aplicada em produtos de cuidados com a pele.
Innovação e o futuro na cadeia da Amazônia
Empreendedoras como Carol Vilanova, da loja Flor de Jambu, pretendem faturar R$ 800 mil neste ano, 70% mais que em 2024, promovendo os ingredientes da região na economia global. A estratégia inclui a produção de mais de 200 itens que valorizam a biodiversidade amazônica, reforçando o papel do jambu na projeção internacional da cultura local.
Segundo especialistas, o aumento da demanda na COP 30 deve fortalecer a valorização sustentável do produto e estimular novos negócios na cadeia produtiva da Amazônia.
Fonte: O Globo