Brasil, 22 de julho de 2025
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Tarcísio de Freitas reduz atividades nas redes e coletivas após crise

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, diminui postagens e intervenções públicas diante da crise política causada pelo tarifaço de Trump.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem adotado uma postura mais discreta nas redes sociais e limitado suas entrevistas coletivas desde a turbulência política resultante do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 9 de julho. Essa mudança de comportamento reflete não apenas uma estratégia de comunicação, mas também um delicado equilíbrio político em um cenário conturbado.

A redução nas postagens e a mudança de estratégia

Nos 14 dias seguintes ao anúncio do tarifaço, Tarcísio fez apenas sete postagens em seu Instagram, em comparação às 22 publicações feitas entre 1 e 8 de julho, onde ele havia alcançado uma média de 2,7 postagens por dia. Em junho, Tarcísio realizou 72 postagens, com uma média diária de 2,4. Nos primeiros seis meses do ano, o governador manteve a média de duas postagens diárias. A diminuição na comunicação digital coincide com as crescentes tensões políticas e as críticas que Tarcísio enfrentou por sua abordagem diante da crise.

Repercussões e críticas internas

Embora Tarcísio seja frequentemente considerado uma figura ascendente no bolsonarismo, suas sugestões de soluções negociadas para a crise do tarifaço atraíram críticas do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Para o clã Bolsonaro, a única saída viável seria a anistia a Jair Bolsonaro (PL) em relação às suas ações ligadas aos atos golpistas. Em meio a essa tensão, Eduardo anunciou uma reaproximação com o governador, mas a situação continua a representar uma das principais crises políticas em seu mandato.

Fontes próximas ao governador sugerem que sua postura mais reservada é uma estratégia pensada para minimizar especulações e controvérsias. Um assessor comentou: “Quanto menos ele falar agora, menos especulação haverá. Ele está focando na rotina do estado, evitando se envolver na política nacional.” Durante um evento recente em Embu, repórteres foram impedidos de conversar com Tarcísio, que se limitou a prestar declarações esporádicas.

O impacto do tarifaço e a necessidade de diálogo

A última coletiva do governador ocorreu no dia 12 de julho, em Cerquilho, onde Tarcísio mudava seu tom, ansiando por um esforço conjunto para enfrentar a crise. Ele reconheceu a necessidade de “união de esforços” em momentos difíceis, particularmente na indústria e no agronegócio, setor crítico da economia paulista. “É algo complicado para o Brasil, e precisamos encontrar dados que nos ajudem a resolver isso”, afirmou.

No dia 21, em Bebedouro, Tarcísio reiterou a importância do diálogo, enfatizando a necessidade de pacificação e compreensão da situação geopolítica, com o objetivo de negociar alívios econômicos para setores afetados pelo tarifaço.

O frágil equilíbrio político de Tarcísio

Analistas políticos, como Rodrigo Prando, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, observam que Tarcísio se encontra em uma posição delicada, tentando equilibrar seus relacionamentos com o bolsonarismo e os moderados. “Ele sabe que está com um pé em cada canoa. Se pender para o lado da moderação, certamente enfrentará críticas severas”, explica Prando. Tarcísio parece estar optando por uma abordagem de “jogar parado” enquanto as tensões se amenizam.

Este não é o primeiro caso em que Tarcísio tenta evitar a imprensa em momentos delicados. Durante instabilidades no governo Bolsonaro, sua presença em eventos frequentemente foi marcada pelo cerceamento do acesso da mídia, o que reforçou a percepção de que ele opta pelo silêncio em situações embaraçosas.

Silêncio sobre indulto e futuras eleições

Na atmosfera conturbada, Tarcísio também evitou se comprometer publicamente com questões relacionadas a um possível indulto a Jair Bolsonaro, um tópico que emergiu após declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Tarcísio acabou não comentando as ligações entre esse assunto e o apoio nas próximas eleições de 2026, quando poderá ser um candidato desejável no cenário político.

Participando de uma manifestação bolsonarista em 30 de junho, Tarcísio apenas criticou o PT e elogiou o governo de Jair Bolsonaro, mas ignorou questões espinhosas, como a postura dos ministros do Supremo e a discussão sobre indultos. Durante paradas comemorativas, também optou por um diálogo restrito, reforçando sua estratégia cautelosa.

Em um momento especialmente crítico, no feriado de 9 de julho, o governador se esquivou de dar discursos públicos e foi rapidamente cercado por assessores durante um desfile que commemorava a Revolução Constitucionalista, em São Paulo. Essa abordagem silencial deixou muitos questionando as verdadeiras intenções e alianças políticas de Tarcísio.

Procurado para comentar as suas estratégias e decisões recentes, o governador Tarcísio de Freitas não se manifestou.

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