Brasil, 22 de julho de 2025
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Preços da carne bovina nos EUA atingem níveis recordes

Os preços da carne bovina nos EUA estão nas alturas, com um aumento de quase 9% desde janeiro, impactando o mercado e os consumidores.

Os consumidores americanos já se acostumaram a ver oscilações nos preços dos alimentos, mas agora se deparam com um novo desafio: a carne bovina. Após as altas exorbitantes dos ovos, que chegaram a recordes devido a um surto de gripe aviária, agora é a carne que está chamando a atenção, com preços que dispararam quase 9% desde janeiro, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

Os números alarmantes do preço da carne

Atualmente, o preço da carne bovina está em média a US$ 9,26 por libra. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de junho revelou que os preços do bife e da carne moída aumentaram, respectivamente, 12,4% e 10,3% nos últimos 12 meses. Essa situação gera preocupação tanto para os consumidores quanto para os produtores. Enquanto a carne de frango é ainda considerada mais acessível, a carne bovina se tornou um bem de luxo nas prateleiras.

Desafios para a redução dos preços

Embora os preços dos ovos tenham começado a cair após a contenção do surto de gripe, a tarefa de reduzir os preços da carne bovina é bem mais complicada. Michael Swanson, economista-chefe de agricultura do Wells Fargo, explica que “a indústria da carne bovina ainda é o ‘Faroeste’ do mercado proteico, enquanto o mercado de ovos é mais parecido com a ‘América Corporativa’ devido à gestão de oferta e demanda”. Portanto, resolver o problema dos altos preços da carne não é uma tarefa fácil.

Os altos preços da carne bovina têm raízes profundas, incluindo rebanhos menores, condições de seca e o aumento das importações de carne. A demanda, no entanto, permanece forte. No último mês, o CEO da Tyson Foods, Donnie King, descreveu as condições de mercado como “as mais desafiadoras que já vimos” na indústria da carne.

Impacto no rebanho e nas margens dos produtores

Atualmente, o tamanho dos rebanhos de gado nos EUA é o menor em 74 anos, de acordo com a American Farm Bureau Federation (AFBF). Muitas operações de pecuária não são mais lucrativas, levando alguns pecuaristas a desistirem da atividade. Mesmo com os preços recordes, as margens para os pecuaristas permanecem extremamente baixas devido ao aumento contínuo dos custos de produção. A alimentação dos animais, por exemplo, se tornou uma preocupação maior devido à seca que atingiu grandes áreas de pastagem nos EUA, forçando os produtores a se adaptarem com rações mais caras.

A procura por alternativas

Ao mesmo tempo, a busca dos consumidores por alternativas está aumentando. A carne bovina importada de países como Argentina, Austrália e Brasil agora representa aproximadamente 8% do consumo total de carne nos EUA. Embora as importações tenham aumentado, as exportações de carne também caíram 22% em maio em relação ao ano anterior, segundo a AFBF.

Swanson menciona que essa mudança não estava prevista. “Só há alguns anos éramos neutros em termos de importações e exportações. Agora, vemos uma mudança significativa, com mais carne sendo fornecida pelo mercado internacional, e isso se deve ao fato de que somos a carne mais cara do mundo.”

Inovações no varejo

Apesar dos preços altos, a demanda por carne bovina nos EUA continua forte. Alguns varejistas, como o Walmart, estão inovando na busca por alternativas de custo. O Walmart recentemente inaugurou sua primeira instalação de carne bovina totalmente própria em Olathe, Kansas, o que permitirá a interação direta com os fornecedores, eliminando intermediários e possibilitando a redução de custos.

John Laney, vice-presidente executivo de alimentos do Walmart, declarou em um comunicado: “Esta é a primeira instalação de carne devidamente equipada, totalmente própria e operada pelo Walmart, e esse marco garante que possamos trazer mais consistência, transparência e valor para nossos clientes.”

O futuro dos preços da carne bovina

Mais do que uma questão de oferta e demanda, o futuro dos preços da carne bovina dependerá do comportamento dos consumidores. Segundo Bernt Nelson, economista da AFBF, “a demanda dos consumidores por carne geralmente cresce com a melhora na situação financeira das famílias e diminui quando a renda cai”. Se a confiança do consumidor cair devido à incerteza financeira, isso poderá afetar a demanda por carne bovina, especialmente diante de preços de varejo recordes.

No entanto, essa situação deixa produtores e pecuaristas em uma posição ainda mais vulnerável. Swanson observa que a indústria está se aproximando do auge deste ciclo econômico, epidemias e desastres naturais sempre à espreita, elevando a preocupação de que, enquanto os preços da carne bovina estão altos, o cenário pode mudar rapidamente se a demanda diminuir.

À medida que o mercado evolui, consumidores, varejistas e produtores terão que se adaptar para lidar com um futuro em constante mudança nas prateleiras dos supermercados

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