Brasil, 22 de julho de 2025
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Bolsonaro enfrenta restrições e planeja agenda parlamentar

Ex-presidente busca manter influência política durante recesso legislativo, apesar das limitações impostas pela Justiça.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo sob severas restrições que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e proibições de interações nas redes sociais, está determinado a seguir uma “agenda parlamentar” nos próximos dias. Seu plano é participar de reuniões em comissões de apoio, mesmo durante o recesso legislativo, para manter sua visibilidade e influência entre os parlamentares que fazem parte de sua base. Este movimento não é apenas uma estratégia política, mas também uma tentativa de reforçar seu discurso sobre a suposta perseguição que estaria sofrendo do Judiciário.

A participação em comissões durante o recesso

Na manhã desta terça-feira, Bolsonaro irá retornar à Câmara para participar das sessões dos colegiados de Segurança Pública e Relações Exteriores. A estratégia dele é manter sua presença ativa e, ao mesmo tempo, sustentar a narrativa de que está sendo alvo de injustiças judiciais. É uma manobra que visa não apenas solidificar seu apoio entre os aliados, mas também reforçar sua imagem de perseguição política, o que é um tema recorrente entre seus apoiadores.

A proposta de anistia e sua repercussão

Um dos pontos centrais discutidos por Bolsonaro nessa nova fase é a prioridade à pauta da anistia. O projeto em pauta visa conceder perdão a condenados e investigados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, o que é visto por alguns setores da oposição como um “gesto humanitário”. No entanto, o clima político é tenso, e a proposta enfrenta resistência significativa não apenas entre os opositores, mas também dentro do próprio governo, que vê riscos em enfraquecer a responsabilização por atos considerados antidemocráticos.

Estimulo a pedidos de impeachment contra ministros do STF

Além disso, o ex-presidente voltou a estimular a proposta de novos pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), focando principalmente em Alexandre de Moraes. Embora aliados reconheçam que não há um ambiente propício para o avanço desses pedidos, a iniciativa é vista como uma forma de manter a base conservadora mobilizada nas redes sociais e aumentar a apreensão entre os Poderes. Essa retórica simbólica serve também para destacar as tensões existentes entre o Executivo e o Judiciário, que têm sido pauta constante desde a sua saída do governo.

O papel das restrições na narrativa de vítima

Parlamentares próximos a Bolsonaro acreditam que ele pretende transformar as restrições judiciais em uma narrativa que o posicione como vítima da perseguição política. Durante sua visita à Câmara, o ex-presidente foi visto exibindo a tornozeleira eletrônica enquanto fazia críticas públicas às limitações impostas por Moraes, o que mostra sua intenção de capitalizar sobre a situação adversa.

Consequências judiciais e a possibilidade de prisão

As ações de Bolsonaro chamaram a atenção do STF, e o ministro Moraes emitiu uma ordem requirindo esclarecimentos sobre o descumprimento das medidas cautelares relacionadas ao uso das redes sociais. Moraes argumentou que as ações de Bolsonaro ao criticar publicamente as restrições configuram uma tentativa de burlar as disposições já estabelecidas. O ministro também alertou que, se a defesa do ex-presidente não apresentar justificativas satisfatórias, ele não hesitará em decretar a prisão imediata de Bolsonaro.

Essa situação evidencia não apenas a fragilidade política do ex-presidente, mas também o jogo de forças em que ele se encontra inserido, mobilizando suas tropas enquanto tenta manter um discurso que ressoe com seus apoiadores. O próximo período será decisivo para entender qual será o efeito destas movimentações na relação de Bolsonaro com a política nacional e sua base de apoio.

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