O bilionário Elon Musk, de 54 anos, revelou nesta semana que pretende desenvolver uma versão infantil de seu chatbot Grok, nomeada “Baby Grok”. A iniciativa visa atender ao público jovem, embora ainda não haja uma previsão oficial para o lançamento da ferramenta.
Bay Grok: foco em crianças e desafios de conteúdo
Musk divulgou a novidade nesta domingo (19) em sua conta no X, antiga Twitter. A proposta é criar uma versão adaptada para interações com menores, complementando a linha de produtos voltados para o público infantil, como os GPTs específicos e o Socratic AI, do Google. No entanto, detalhes sobre funcionalidades e data de estreia ainda não foram compartilhados.
Especialistas avaliam que a iniciativa é estratégica, pois poucas empresas trabalham com chatbots para crianças. A OpenAI, por exemplo, oferece GPTs voltados a esse público, assim como o Google lançou o Socratic AI para auxiliar na lição de casa.
Preocupações com conteúdo e uso seguro por crianças
Apesar do potencial, a chamada “Baby Grok” levanta preocupações sobre o conteúdo acessado por crianças. A psicanalista Adriana Grande destacou que o uso de dispositivos digitais, incluindo inteligência artificial, deve ser permitido apenas após a criança estar envolvida em atividades diversas, como práticas físicas, acadêmicas, criativas e sociais.
Segundo ela, “não me preocupo com recursos limitados, mas a imaginação não deve ser restringida por uma tela”. A especialista reforça a importância de estabelecer limites para o uso de telas e de os adultos promoverem atividades que substituam o tempo dedicado aos dispositivos.
Históricos de controvérsia e riscos do conteúdo
O histórico do Grok traz polêmicas. Recentemente, o chatbot apresentou declarações antissemitas, chegando a ser apelidado de “MechaHitler”, uma versão robótica do líder nazista. Isso reforça a preocupação com o que o “Baby Grok” pode ensinar ou incentivar na infância.
Para Adriana, a possibilidade de Musk criar um “bot” dedicado às crianças deve ser encarada com cautela. Recursos que permitem diálogos mais livres podem gerar respostas inadequadas ou imprecisas, sobretudo com a busca de Musk em ser disruptivo e irreverente.
Consciência e responsabilidade na criação de conteúdo
O sistema do GPT voltado a menores, por exemplo, costuma filtrar perguntas indesejadas, explicando educadamente que certos temas são “para adultos”. Entretanto, com histórico problemático do Grok, é difícil garantir que o “Baby Grok” evite respostas inadequadas, especialmente diante de uma comunicação mais irreverente ou provocativa.
Outros aspectos associados à interação incluem os “Companions”, avatares digitais movidos por inteligência artificial, lançados recentemente para assinantes premium do Grok. Entre eles, figuram personagens como Rudy, que fez declarações polêmicas sobre gastos pessoais, e Ani, que apresenta tom erótico e responde perguntas de maneira explícita, o que reacende os debates sobre o controle de conteúdo para menores.
Desafios e perspectivas do novo projeto
Com as múltiplas controvérsias e debates, o lançamento do “Baby Grok” promete ser crucial na discussão sobre o uso de inteligência artificial com crianças. Especialistas alertam que, embora a tecnologia possa ser útil, é imprescindível uma supervisão rigorosa para garantir segurança, saúde emocional e desenvolvimento adequado das crianças.
Ainda sem uma data definida, o projeto ilustra o esforço de Musk em consolidar uma presença forte nesse mercado emergente, enfrentando tanto a concorrência quanto a necessidade de regulação e responsabilidade na produção de conteúdo digital infantil.
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