Brasil, 22 de julho de 2025
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Governo estuda linhas emergenciais de crédito diante do tarifão de Trump

Plano de contingência do governo inclui apoio financeiro a setores afetados pelas tarifas de até 50%, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o governo brasileiro trabalha com a possibilidade de criar linhas emergenciais de crédito para setores mais atingidos pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. A medida faz parte de um plano de contingência diante da ameaça de um tarifão que pode entrar em vigor em 1º de agosto.

Pacote de ações para enfrentar o tarifão de Trump

Segundo auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o plano inclui a oferta de financiamento de emergência, inspirado na estratégia adotada na crise das chuvas no Rio Grande do Sul em 2024, que contou com a liberação de R$ 5 bilhões para empréstimos a juros baixos. Ainda não há uma decisão definitiva, mas há iniciativa para editar um crédito extraordinário fora das regras fiscais, caso seja necessário.

Reforço na busca por novos mercados

Além do apoio financeiro, o governo intensifica a procura por novos mercados de exportação, como México e Canadá, tentando reduzir a dependência dos Estados Unidos. As negociações com compradores internacionais já estão em andamento, com discussões sobre divisão de custos de tarifas para cargas que saíram do Brasil, embora a tarefa seja complexa devido ao volume das exportações.

Desafios na relação comercial com os EUA

Fernando Haddad destacou que a resposta às tarifas de Trump não será fácil. “Fazer cálculos sobre destinos das exportações brasileiras e estabelecer alternativas de abastecimento interno é uma tarefa hercúlea, pois o cenário mundial está sendo sobretaxado pelos EUA”, explicou. O ministério também estuda a possibilidade de aplicar a lei da reciprocidade, que permite medidas econômicas contra países que impõem barreiras comerciais unilateralmente.

Negociações e cenários considerados

O ministro reiterou que o Brasil continuará buscando negociações com Washington, mesmo enquanto prepara uma série de planos de contingência. “Estamos na mesa de negociações e, ao mesmo tempo, desenhando cenários possíveis, incluindo respostas a respostas internacionais”, afirmou. Haddad destacou que o governo enviou duas cartas aos EUA sem resposta até o momento e que novos contatos continuam a ser feitos.

Medidas de retaliação e impacto político

Se precisar optar por retaliações, o governo avalia opções como a aplicação de tarifas a produtos americanos, quebra de patentes e restrições a obras culturais. No entanto, há preocupação de que tais medidas possam prejudicar a produção nacional. “Nosso objetivo não é retaliar, mas alertar para enfrentarmos ações que podem ser contraproducentes”, reforçou Haddad.

Considerações finais e próximos passos

Fernando Haddad reforçou que o governo está preparado para todos os cenários, incluindo o cenário mais adverso, como a entrada em vigor das tarifas. “Vamos continuar negociando, mas estamos prontos para agir se for necessário”, concluiu. O governo deve divulgar ainda nesta semana detalhes do plano de contingência, incluindo possíveis linhas de crédito e medidas fiscais.

Para acompanhar as articulações e atualizações, acesse o site do Globo.

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