Em um mundo cada vez mais digital, a Igreja Católica enfrenta o desafio de usar tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial Generativa (IAG) para fortalecer a disseminação da Palavra de Deus. Dom Oriolo, Bispo da Igreja Particular de Leopoldina, em Minas Gerais, enfatiza a necessidade de abraçar essa ferramenta para vivenciar e proclamar a fé cristã de maneira criativa e ousada.
Os desafios da evangelização contemporânea
A IAG, que desde 2020 tem avançado de maneira significativa, vai além da simples automação. Ela é capaz de criar conteúdo original, incluindo textos, imagens e vídeos, o que pode transformar a forma como a evangelização é realizada. No entanto, Dom Oriolo alerta que, embora a tecnologia prometa ampliar a criatividade e a eficácia, também é crucial manter a profundidade e a sacralidade do Evangelho.
“Nos tempos atuais, temos de usar de todos os recursos para vivenciar e proclamar a Palavra de Deus”, afirma Dom Oriolo. Ele destaca que a missão da Igreja não é apenas transmitir informações, mas provocar uma vivência genuína da fé em cada pessoa. A ação do Espírito Santo é essencial nesse processo, conforme descrito na Exortação Apostólica sobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo. A evangelização vai além das técnicas; ela requer um compromisso espiritual profundo.
O potencial e os riscos da inteligência artificial
A utilização da IAG oferece diversas oportunidades para a propagação da fé. Textos, áudios e vídeos gerados por IA podem alcançar um público mais amplo e diversificado. Contudo, Dom Oriolo expressa preocupação com os riscos associados, como a banalização do conteúdo religioso. “As ferramentas de IAG devem preservar a profundidade do Evangelho, evitando a superficialidade”, destaca.
A Igreja, ciente dos perigos que a tecnologia pode trazer, reflete sobre como garantir que o progresso tecnológico respeite os valores fundamentais da fé. Papa Leão XIV já havia alertado sobre as implicações da IA na dignidade humana e na justiça, enfatizando a necessidade de cautela no uso dessas tecnologias.
A função da IAG na experiência de fé
Embora a IAG tenha um papel potencialmente positivo na evangelização, seu uso deve ser cuidadosamente gerenciado. O conteúdo essencial da evangelização é Jesus Cristo e Sua revelação sobre Deus. A IAG pode servir como uma ferramenta auxiliar valiosa, mas é importante que sua aplicação seja feita de maneira ética e que não comprometa os princípios da fé.
“A busca por reações imediatas e o foco em métricas podem levar à manipulação do conteúdo, resultando em respostas que não estão alinhadas com os princípios éticos e teológicos da fé”, avisa Dom Oriolo. A superficialidade dos conteúdos gerados por IA pode desviar a atenção dos fiéis de suas comunidades, o que representa um desafio significativo para a Igreja.
Um chamado à consciência e à responsabilidade
Por fim, o Bispo conclui que o uso da IAG deve ser feito com cautela. “A verdadeira evangelização se enraíza na ação discreta, mas poderosa, do Espírito Santo”, afirma. É fundamental que a Igreja mantenha um compromisso com a profundidade e a autenticidade da mensagem, mesmo em um cenário onde as tecnologias digitais façam parte do cotidiano.
O desafio é significativo, mas a oportunidade de usar a IAG para propagar a fé de uma maneira que ressoe com as novas gerações é uma chamada à ação. Dom Oriolo nos lembra que, ao abraçar essas novas ferramentas, a Igreja pode continuar a sua missão de evangelização, assegurando que a mensagem do Evangelho permaneça viva e relevante.
Para saber mais sobre a visão de Dom Oriolo sobre a interação entre fé e tecnologia, você pode acessar o artigo completo no portal Vatican News.