Preta Gil, que faleceu neste domingo (20) aos 50 anos, foi uma das vozes mais marcantes da música brasileira, lançando seis álbuns e firmando parcerias com grandes nomes do cenário musical ao longo de mais de duas décadas de carreira. Com uma discografia que perpassa o pop, samba, funk e música eletrônica, sua identidade musical foi moldada por influências diversas e uma personalidade forte.
A trajetória de Preta Gil na música brasileira
A artista iniciou sua carreira nos anos 1990 como backing vocal de sua madrinha artística, Gal Costa, e rapidamente ganhou destaque próprio. Com o tempo, Preta Gil se tornou conhecida pela sua obra autêntica e pela habilidade de dialogar com diferentes sonoridades e gerações, consolidando-se como referência no cenário musical.
Seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, lançado em 15 de dezembro de 2003, notabilizou-se pela ousadia, com a famosa capa onde Preta aparece nua, adornada com fitas do Senhor do Bonfim. Essa imagem gerou uma enorme repercussão nacional e marcou o início de uma carreira promissora e inovadora.
Discografia diversificada e parcerias impactantes
O álbum inaugural trouxe uma mistura de ritmos que se tornaria uma característica constante em sua carreira, com colaborações de artistas renomados como Caetano Veloso e Jorge Ben Jor. Em 2005, o segundo álbum intitulado Preta consolidou sua versatilidade musical, apresentando faixas icônicas como ” Muito Perigoso ” e ” Eu e Você, Você e Eu “.
Em 2010, no álbum ao vivo Noite Preta, Preta Gil documentou suas apresentações vibrantes, que já atraíam multidões em diversas capitais do Brasil. Em 2012, lançou Sou Como Sou, um trabalho mais autoral que se destacou por parcerias com artistas importantes como Ana Carolina, Thiaguinho e seu pai, Gilberto Gil. Este álbum trouxe uma nova profundidade à sua música, refletindo sua maturidade artística.
O Bloco da Preta, criado em 2009 durante o Carnaval do Rio de Janeiro, foi um marco na carreira da cantora, consolidando seu poder de conexão com o público. Em 2014, lançou um álbum ao vivo com o mesmo nome, capturando a energia contagiante das suas apresentações nas ruas durante a folia.
Em 2017, firmou um contrato com a gravadora Sony Music e lançou Todas as Cores, um álbum celebrado como um marco na consolidação de sua identidade artística. Este disco incluiu colaborações de peso, como Anitta, Pabllo Vittar, Ivete Sangalo e seu filho, Francisco Gil, destacando sua disposição contínua para inovar e se reinventar.
Reconhecimento e influência
Recentemente, em 2023, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) divulgou as músicas de Preta Gil que mais tocaram no Brasil nos últimos cinco anos, com ” Ver o Mar ” liderando a lista, seguida por ” Sinais de Fogo “ e ” Meu Xodó “, uma parceria emocionante com seu filho, Francisco Gil. Esses sucessos atestam o impacto duradouro de sua carreira e a conexão que estabeleceu com o público.
Preta Gil deixa um legado rico e diversificado que ressoará nas próximas gerações, celebrando a pluralidade da música brasileira e a capacidade de unir diferentes estilos e culturas. Sua partida deixa uma lacuna profunda no cenário musical, mas sua influência continuará a inspirar novos artistas e fãs por muitos anos.
