Na quinta-feira, a CBS anunciou o cancelamento do “The Late Show”, comandado por Stephen Colbert, após anos de sucesso. A decisão reacendeu suspeitas de que as críticas do apresentador a Paramount e Trump tenham contribuído para o fim do programa.
Colbert e sua crítica a Paramount e Trump
No monólogo de segunda-feira, Colbert alfinetou a gigante do entretenimento, acusando a Paramount de pagar um suposto ‘suborno’ de 16 milhões de dólares num acordo com Donald Trump. O humorista criticou a empresa por classificar o processo judicial como “sem mérito” e, em tom de brincadeira, sugeriu que o pagamento foi uma forma de ‘comprar’ dignidade.
“Como alguém que sempre foi um orgulhoso funcionário dessa rede, estou ofendido. Mas, só para tentar ajudar, acho que 16 milhões de dólares poderiam ajudar”, brincou Colbert. A crítica, contundente e carregada de ironia, chamou atenção de figuras políticas nos Estados Unidos.
Repercussão na política e na mídia
Senadora Elizabeth Warren (D-Mass.) compartilhou um trecho do monólogo nas redes sociais, reforçando a tensão entre Colbert e a Paramount. Além dela, senadores como Bernie Sanders enviaram uma carta à diretoria da Paramount, alertando sobre os riscos de um possível acordo com Trump até mesmo à acordo com o governo americano.
“Se essa ação se tornar padrão na indústria, pode estabelecer um precedente perigoso para empresas de mídia”, alertou Sanders na carta, assinada por outros legisladores. Warren acrescentou que as críticas de Colbert refletem preocupações que vão além do humor, tocando na integridade e ética na relação entre empresas e figuras políticas.
Suposto impacto no cancelamento
Especialistas avaliam que o texto polêmico de Colbert pode ter influenciado a decisão da CBS, que enfrentava pressão de interesses políticos e econômicos. A análise aponta uma possível relação entre o humor político do apresentador e a decisão de encerrar o programa, que tinha uma audiência fiel.
Perspectivas futuras e repercussões
O fim de “The Late Show” é visto como um sinal de desafios enfrentados pela indústria do entretenimento diante de tensões envolvendo liberdade de expressão, influência política e interesses corporativos. O episódio reforça a importância do humor na batalha por transparência e ética no jornalismo e na mídia.
Especialistas em comunicação alertam que o episódio poderia marcar uma mudança no modo como programas de humor abordam casos sensíveis, refletindo uma maior cautela diante de pressões externas.
Este artigo foi originalmente publicado no HuffPost e acompanha o debate em torno do impacto de críticas políticas do humor na televisão americana.
