Brasil, 21 de julho de 2025
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Pesquisadores atuam contra a chuva de granizo com tecnologia avançada

Recentes estudos sobre granizo revelam a relação entre mudanças climáticas e a formação de pedras maiores.

Nos últimos meses, uma equipe de pesquisadores do projeto ICECHIP, especializado em investigações atmosféricas, se lançou em uma caça aos fenômenos climáticos. De meados de maio até o final de junho, os caçadores de tempestades estão mobilizando tecnologia de ponta nas Montanhas Rochosas e nas Planícies Centrais dos Estados Unidos para compreender melhor a dinâmica do granizo e sua relação com as mudanças climáticas.

A caça ao granizo e a tecnologia utilizada

Equipados com veículos resistentes e armados contra a queda de gelo, os pesquisadores utilizaram drones, balões meteorológicos e radares Doppler móveis — técnicas normalmente empregadas por caçadores de tornados. Enquanto um grupo posicionava os radares para interceptar tempestades em tempo real, outros soltavam balões meteorológicos e instalavam sensores para medir a velocidade e o tamanho das pedras de granizo que se formam durante as tempestades.

O ciclo do granizo

Durante algumas tempestades, os pesquisadores lançaram centenas de dispositivos semelhantes a bolas de pingue-pongue, chamados de ‘hailsondes’, que ajudam a rastrear o ciclo de vida das pedras de granizo, desde seu derretimento até quando são afetadas pela dinâmica do vento dentro da tempestade. Essas tempestades convectivas geram granizo por meio da circulação de água e cristais de gelo nas camadas de temperatura congelante da atmosfera, alcançando altitudes que variam de 6.000 a 15.000 metros.

O que a pesquisa revela

“Se conseguirmos rastrear esse sensor ao longo do tempo, entenderemos exatamente o caminho que uma pedra de granizo percorre”, afirma Victor Gensini, professor de meteorologia na Northern Illinois University e principal investigador do ICECHIP. Com um clima aquecido pelas mudanças climáticas, Gensini ressalta que isso tem gerado uma maior instabilidade atmosférica, resultando em correntes de ar ascendentes mais fortes que sustentam pedras de granizo maiores por mais tempo antes que a gravidade as traga ao solo.

A modelagem das tempestades sugere que essas correntes de ar mais intensas aumentarão a frequência de granizo grande no futuro, embora possam também reduzir a probabilidade de granizo pequeno. As pedras pequenas, devido à sua menor massa, tendem a derreter antes de alcançarem o solo. “Há uma dicotomia onde temos menos granizo pequeno, mas mais granizo grande em essas atmosferas mais quentes”, explica Gensini.

A importância da pesquisa para a agricultura

Durante a campanha de campo, os pesquisadores coletaram mais de 10.000 pedras de granizo armazenadas em gelo seco para investigar se suas previsões sobre a dinâmica de crescimento das pedras estão corretas. Gensini comenta que o registro de granizo pode ser confuso, pois não se sabe se o aumento na quantidade de pedras maiores se deve ao aumento na sua detecção ou se a atmosfera realmente está produzindo mais granizo de grandes dimensões.

Os dados coletados devem ajudar a melhorar as previsões sobre a formação de granizo e mitigar perdas econômicas, especialmente em áreas agrícolas. “Em muitas das áreas em que o ICECHIP está atuando, agricultura é uma forte influência”, comenta Karen Kosiba, cientista atmosférica da Universidade de Illinois, que colabora com o projeto. “Isso afeta suas colheitas e maquinários, além de todo o processo de transporte e proteção”, acrescenta.

Com o crescente impacto das mudanças climáticas sobre os padrões climáticos, esta pesquisa é vital não apenas para a previsão de eventos climáticos extremos, mas também para a proteção da agricultura e da economia local.

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