No último sábado (19/7), a pesquisa da Quaest indicou uma polarização intensa nas redes sociais após a operação da Polícia Federal (PF) que resultou na determinação de tornozeleira eletrônica para o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). O estudo revelou que aproximadamente 41% das menções nas plataformas digitais defendiam Bolsonaro, expressando desaprovação às ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes. Em contrapartida, 59% dos comentários apoiavam a operação e exigiam investigações mais aprofundadas.
A reação nas redes sociais
Conforme a pesquisa, mais de 1,3 milhão de menções foram registradas nas redes sociais logo após o anúncio da operação, alcançando cerca de 105 milhões de perfis por hora. O pico das interações aconteceu por volta das 10h, cerca de duas horas após o início das atividades policiais. A Quaest destacou que perfis alinhados à esquerda comemoraram as medidas adotadas pelo STF com ironia e alívio, utilizando expressões como “BOLSONARO NA CADEIA” e “GRANDE DIA” para simbolizar a justiça percebida pelos governistas.
Essas postagens frequentemente relembravam os erros de gestão durante o governo Bolsonaro, especialmente relacionados à pandemia, ressalta a pesquisa. Nesse contexto, as críticas ao ex-presidente foram intensificadas, e os apoiadores de Bolsonaro foram mais uma vez desafiados a defender sua posição. Enquanto alguns celebravam as medidas do Judiciário, outros acusavam o STF de abuso de poder e perseguição política, clamando por uma suposta prisão política e denunciando a “ditadura do Judiciário”.
Associações e mobilizações nas plataformas
Além da polarização nas menções, a Quaest apontou que 10% das postagens dos defensores de Bolsonaro vinculavam a operação da PF ao conceito de “censura” e “ditadura”. Isso reflete um forte sentimento de perseguição política que permeia as mensagens dos apoiadores do ex-presidente. Curiosamente, as buscas pelo nome de Bolsonaro também dispararam, alcançando cinco vezes o volume médio de buscas registrado em junho.
O levantamento não se restringiu às redes sociais tradicionais e incluiu o monitoramento de mensagens em aplicativos como WhatsApp, Telegram e Discord. Nos grupos bolsonaristas, para cada 100 mil mensagens trocadas, aproximadamente 32 mil estavam relacionadas a críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes. Mensagens a respeito do uso da tornozeleira eletrônica representaram 12% das interações. Além disso, temas sobre Lula foram o terceiro assunto mais mencionado entre os grupos de direita, enquanto manifestações começaram a ser convocadas, totalizando 2 mil chamadas a cada 100 mil mensagens.
Impacto da operação no cenário político
A operação da PF não apenas gerou debates acalorados nas redes sociais, mas também alterou o cenário político nos bastidores. A pesquisa da Quaest reflete um ambiente onde a opinião pública está dividida, mas a pressão por investigação e responsabilização parece estar crescendo. Os apoiadores de Bolsonaro continuam a se mobilizar, enfatizando a necessidade de resposta política em um clima que muitos consideram hostil.
Em suma, a pesquisa da Quaest ilustra como a operação da PF e a consequente determinação de tornozeleira eletrônica para Bolsonaro estão longe de ser apenas um assunto de interesse judicial. O impacto se estende às redes sociais e à opinião pública, evidenciando a necessidade urgente de um diálogo construtivo e o desafio de superar a polarização que tem dominado o espectro político brasileiro.
Com a continuação deste embate, as repercussões políticas e sociais são deveras importantes para o futuro do Brasil. Enquanto o cenário se desenrola, o povo brasileiro aguarda para ver como as instituições e a sociedade responderão a essa nova fase do seu legado político.