Brasil, 20 de julho de 2025
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Huang, da Nvidia, busca equilibrar relações entre EUA e China

Executivo utiliza diplomacia sutil para fortalecer laços comerciais e apoiar a cadeia global de tecnologia em meio à tensão entre as duas potências

Em sua terceira visita à China neste ano, Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia, reuniu-se com autoridades chinesas e anunciou a retomada das vendas dos chips H20 no país, uma mudança significativa na postura dos Estados Unidos sob o governo Trump. Huang, de 62 anos, tenta atuar como um mediador estratégico em meio à crescente rivalidade tecnológica entre Washington e Pequim.

Diplomacia tecnológica e interesses comerciais

Durante a viagem, Huang abriu uma importante exposição sobre cadeia de suprimentos e falou brevemente em mandarim, reforçando a necessidade de fortalecer laços comerciais entre Estados Unidos e China. Para isso, conversou com membros do alto escalão chinês, incluindo o vice-premiê He Lifeng e o ministro do Comércio, Wang Wentao, embora ainda não tenha obtido uma audiência com o presidente Xi Jinping. Huang comentou: “Seria uma honra ver o presidente Xi. Eu simplesmente não fui convidado”.

Equilíbrio delicado em meio à rivalidade

Apesar de manter boas relações com o governo Trump, Huang observa de perto as tensões que envolvem sua empresa, especialmente no que diz respeito à exportação de chips para a China. Como ressaltou Feng Chucheng, sócio-fundador da Hutong Research, “Huang certamente tem boas relações com o governo dos EUA, mas seu negócio de chips é um dos maiores pontos de atrito com Pequim”. A Nvidia, cujo valor de mercado atingiu US$ 4 trilhões neste mês, encara o desafio de navegar entre interesses conflitantes.

Papel de mediador e impacto geopolítico

Embora Huang não conspire abertamente com questões políticas, sua influência na arena internacional cresce à medida que busca sustentar a colaboração tecnológica e evitar uma escalada na rivalidade. Em janeiro, preferiu ficar na China e em Taiwan, ao invés de participar da posse de Donald Trump, o que demonstra seu alinhamento estratégico mais focado no comércio do que na política.

Enquanto a cúpula presencial entre Biden e Xi Jinping permanece indefinida, analistas discutem se Huang poderia emergir como uma figura de mediador informal. Segundo Feng Chucheng, “Huang indica que há um interesse de ambos os lados em manter canais abertos, mas fica a dúvida se ele está disposto a exercer esse papel”.

Perspectivas e desafios futuros

O Ministério do Comércio da China afirmou nesta sexta-feira que os EUA devem abandonar a mentalidade de soma zero e retirar restrições comerciais “injustificadas”, reforçando a importância de uma abordagem mais cooperativa. Huang destacou que sua empresa não influenciou a mudança de postura do governo americano, dizendo: “Não acho que eu tenha mudado a opinião dele”.

Especialistas avaliam que Huang consegue atuar de forma habilidosa nesse cenário delicado, ao reforçar os laços comerciais sem comprometer sua posição empresarial. No entanto, o futuro das negociações permanece incerto, com ambos os lados buscando equilibrar interesses econômicos e estratégicos em um ambiente de alta tensão geopolítica.

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