Brasil, 20 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Clínica de estética é condenada a pagar indenização por assédio moral

Decisão do TRT-BA reconhece assédio moral e discriminação contra biomédica em clínica de Salvador.

Uma clínica de estética localizada no bairro da Pituba, em Salvador, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil a uma biomédica que sofreu assédio moral e discriminação estética por parte de sua sócia e da nora dela. A decisão foi divulgada pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) e gerou repercussão significativa, levantando questões sobre a ética no ambiente de trabalho e a responsabilidade das empresas em relação a suas funcionárias.

O relato da biomédica

A trabalhadora relatou que durante seu tempo na clínica, foi chamada de “gorda” de forma pejorativa e forçada a vestir roupas pretas para parecer mais magra, enquanto suas colegas usavam uniformes brancos. Esse tipo de discriminação não só afetou sua autoestima, mas também prejudicou sua imagem profissional, causando um impacto direto em sua saúde mental. Ela ainda mencionou que era constantemente pressionada a emagrecer, gerando um ambiente de trabalho hostil.

Após enfrentar essa série de humilhações, a biomédica se viu obrigada a pedir demissão. Em busca de seus direitos e de justiça, ela decidiu entrar com uma ação na Justiça do Trabalho, solicitando a anulação de sua demissão e uma indenização pelo assédio que havia sofrido. O processo revelou um cenário preocupante sobre o que muitas mulheres enfrentam em suas profissões, especialmente em setores como estética e moda, onde padrões de beleza são frequentemente impostos.

A decisão do Tribunal

O TRT-BA, ao analisar o caso, constatou que a clínica não compareceu à audiência, o que levou à aplicação da revelia – uma situação em que as alegações do autor são consideradas verdadeiras na ausência de defesa. A juíza da 26ª Vara do Trabalho de Salvador decidiu, portanto, pela anulação do pedido de demissão da biomédica, considerando-o como uma dispensa sem justa causa. A clínica foi condenada a pagar a indenização de R$ 10 mil.

O desembargador Renato Simões, relator do caso, endossou a decisão, afirmando que a sentença deveria ser mantida. Ele foi acompanhado de forma unânime pelos desembargadores Esequias de Oliveira e Maria de Lourdes Linhares, refletindo um consenso sobre a gravidade das atitudes da clínica e a necessidade de responsabilização por atitudes de assédio moral.

Impacto e repercussão

Esse caso levanta questões importantes sobre o papel das empresas na promoção de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso. A prática de discriminação e assédio, infelizmente, ainda é comum em muitos setores, e o reconhecimento legal dessas situações é um passo crucial para a mudança. A condenação da clínica pode servir como um alerta para outras empresas sobre a importância de promover a diversidade e o respeito dentro de suas equipes.

A clínica de estética, por sua vez, não se manifestou em relação à condenação até a última atualização desta reportagem. O silêncio da empresa pode ser interpretado como falta de comprometimento com a resolução de questões internas e com a melhoria do ambiente de trabalho. A ausência de uma resposta também levanta preocupações sobre a cultura organizacional e a atenção que as empresas devem prestar às suas práticas e interações no dia a dia.

Considerações finais

Este caso é um exemplo claro dos desafios enfrentados por mulheres no ambiente de trabalho e da luta contínua contra o assédio moral. A decisão do TRT-BA é um passo positivo para a valorização e proteção dos direitos das trabalhadoras, além de um importante chamado à ação para que empresas reflitam sobre suas políticas e práticas internas. O respeito, a igualdade e a dignidade devem ser a base de qualquer ambiente de trabalho, e casos como esse destacam a importância de se defender esses princípios.

À medida que o debate sobre assédio moral e discriminação ganha espaço na sociedade, espera-se que mais vítimas se sintam encorajadas a denunciar abusos e que mais empresas adotem políticas claras e eficazes contra essas práticas prejudiciais. As mudanças começam com a conscientização e a boa vontade de criar ambientes de trabalho mais justos e respeitosos para todos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes