Brasil, 20 de julho de 2025
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Tarifa de Trump impacta café, carne e suco no café da manhã americano

A ameaça de sobretaxa de 50% pelos EUA a produtos brasileiros deve alterar preços de itens essenciais do café da manhã, como café, carne e suco

A partir de 1º de agosto, uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo café, carne e suco de laranja, entrará em vigor nos Estados Unidos, impactando itens tradicionais do café da manhã americano e os custos para os consumidores, segundo fontes oficiais. A medida é uma resposta às ações comerciais do governo brasileiro e pode reconfigurar as negociações do setor agrícola e de alimentos entre os países.

Impacto na cadeia de alimentos e bebidas

Se concretizada, a sobretaxa deve encarecer itens como o café, que nos EUA é quase totalmente importado da América do Sul, Ásia e África. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, em 2024, o país consumiu 1,6 milhão de toneladas de café, maior parte de origem brasileira, o que reforça a sensibilidade do mercado ao aumento de custos.

Além do café, o setor de carnes deve ser significativamente afetado, especialmente a carne bovina, que já vinha passando por dificuldades devido à seca. A produção doméstica nos EUA caiu ao menor patamar em mais de sete décadas, e há uma expectativa de queda de 2% na produção neste ano. Os brasileiros, principais fornecedores de carne magra para o mercado norte-americano, dobraram suas exportações aos EUA nos primeiros cinco meses de 2025, representando 21% das importações totais do período.

Corrida nos portos e estratégias logísticas

Enquanto a tarifa não entra em vigor, traders estão acelerando o envio de café brasileiro para os EUA, desviando rotas e redirecionando navios para garantir a entrada da carga antes do prazo. Algumas empresas também estão liberando estoques em países vizinhos, como Canadá e México, para antecipar a chegada às prateleiras americanas.

Importadores já começaram a atualizar suas tabelas de preços, incluindo o aumento de 50% nas remessas que chegarem após 1º de agosto, o que deve se refletir rapidamente nos preços ao consumidor, como destaca o diretor da trader RGC Coffee, Jeff Bernstein, à Reuters.

Consequências para o consumidor e o mercado

Com os preços do café torrado e moído nos EUA já mais altos — atualmente US$ 7,93 por 450 gramas, contra US$ 5,99 no ano passado —, o impacto deve se refletir também na qualidade do produto, com potenciais aumento de até 25 centavos por xícara em três meses, segundo Ryan Cummings, do Stanford Institute for Economic Policy Research.

O aumento nos custos se estende ao suco de laranja, produto quase inteiramente importado do Brasil pelos americanos, que enfrenta dificuldades na produção doméstica devido a problemas na Flórida. Como resultado, o consumo do produto poderá ficar mais caro e menos acessível às famílias norte-americanas.

Reação brasileira e cenário internacional

O governo brasileiro e entidades do setor agrícola já manifestaram preocupação com a medida. Lula afirmou que o Brasil busca diálogo, mas que não aceitará imposições de Trump, destacando a soberania do país na política comercial. Mais detalhes

Analistas acreditam que, embora o impacto seja relevante, a economia brasileira deve resistir às tarifas, já que a perda de volume nas exportações para os EUA seria em torno de 15%, dados do banco Daycoval indicam. No entanto, as negociações e o fluxo logístico mundial estão sendo rapidamente reconfigurados para tentar minimizar os efeitos na cadeia de suprimentos.

Consequências globais e futuras movimentações

Especialistas alertam que o conflito comercial pode causar uma reestruturação nos fluxos de commodities, especialmente do Brasil para outros mercados. Além disso, a inflação nos EUA já mostra sinais de aceleração antes mesmo da implementação oficial, impactando diversos setores, como o de móveis e eletrodomésticos.

De acordo com o analista Guilherme Morya, do Rabobank, o mercado global de café pode passar por mudanças significativas na distribuição, enquanto o uso de produtos brasileiros, como carne e frutas, deve continuar sendo estratégico para os americanos, apesar das tensões comerciais.

Perspectivas futuras

Especialistas indicam que o cenário internacional permanece tenso e que novas tarifas podem ser implementadas em outros países e setores. Os brasileiros, por sua vez, aguardam negociações para evitar impactos severos, destacando a importância de manter a competitividade na exportação de alimentos essenciais.

Para mais informações, acesse o link da reportagem.

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