O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou polêmica ao afirmar que o pendrive apreendido pela Polícia Federal (PF), durante uma operação em sua residência na sexta-feira (18/7), poderia ter sido plantado pelos agentes da corporação. A declaração reflete a continuidade da tensão entre Bolsonaro e as investigações em curso relacionadas a sua gestão e ações pós-eleitorais.
Operação da PF e Busca na Residência de Bolsonaro
A operação da PF, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, incluiu a busca e apreensão de diversos itens. Além do pendrive, os agentes encontraram dinheiro em espécie e o celular do ex-mandatário em sua casa, localizada no Jardim Botânico, nas proximidades de Brasília. A instalação de uma tornozeleira eletrônica foi determinada por Moraes, levantando ainda mais polêmica em torno do ex-presidente.
Ao chegar na sede do PL, Jair Bolsonaro fez declarações inquietantes sobre a apreensão do pendrive. “Nunca vi esse pendrive, foi encontrado em um dos banheiros. Uma pessoa pediu para usar o banheiro e, quando voltou, estava com o pendrive na mão. Eu nunca abri um pendrive na minha vida. Eu nem tenho laptop em casa para mexer nisso. A gente fica preocupado”, comentou em entrevista a jornalistas.
Declarações Ambíguas
Entretanto, após a repercussão das suas palavras, o ex-presidente recuou ao afirmar que não estava “sugerindo nada” sobre a procedência do pendrive, e ainda brincou que perguntaria à sua esposa se o item era dela. Essa mudança de abordagem demonstrou uma tentativa de minimizar as implicações de sua declaração inicial.
Além das ações em sua residência, a PF também efetuou buscas na sede do PL, onde Bolsonaro voltou a se defender, afirmando ser alvo de perseguição política. O ex-presidente negou qualquer envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido em 2022, um tema controverso e que gera polarização entre os grupos políticos do Brasil. Em suas palavras, o uso da tornozeleira eletrônica representa uma “suprema humilhação”.
Controvérsias e Oposição
As imposições feitas a Bolsonaro se agravam com a proibição de contato com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que também é alvo da investigação. O parlamentar, que reside nos Estados Unidos desde março, é acusado de atuar como articulador de sanções contra o Brasil. Essa situação tem gerado uma avalanche de críticas e debates acalorados nas redes sociais e entre os legisladores.
“Qual crime ele está cometendo nos Estados Unidos? Atentado contra a democracia brasileira no parlamento norte-americano? Não tem cabimento”, questionou Bolsonaro ao se referir à situação do filho. Ele acrescentou que Eduardo deveria permanecer nos EUA, insinuando que um retorno ao Brasil poderia resultar em prisão.
Proibições Impostas a Bolsonaro
Além das limitações de contato, a Justiça impôs a Bolsonaro a proibição de utilizar redes sociais, além de um horário rígido de recolhimento domiciliar, que estipula que ele deve se recolher a sua residência das 19h às 7h. O Metrópoles apurou que ele deve permanecer na sede do seu partido durante o dia, uma condição que restringe severamente sua liberdade de movimento.
A situação se intensifica em um cenário político delicado para o ex-presidente, que continua a se posicionar como vítima de uma suposta perseguição. As investigações envolvendo seu nome e a de seus familiares vão além de meros desentendimentos pessoais, tocando em temas de corrupção, ética e a estabilidade democrática no Brasil.
Com a situação se desenrolando, a opinião pública permanece dividida, acompanhando de perto os desdobramentos legais e pessoais de Jair Bolsonaro. O desenlace desta história ainda promete muitas reviravoltas, especialmente com a possibilidade de novas decisões judiciais impactando sua vida e carreira política.