A fundadora e diretora do festival Mimo, Lu Araújo, revelou que encontrou um “idioma próprio”, que combina a linguagem brasileira e portuguesa, reforçando a identidade do evento em Portugal. Segundo ela, a estratégia de comunicação mistura elementos de ambos os países, sem forçar uma linguagem de Portugal que não seja natural para o público brasileiro, mantendo a autenticidade do festival.
Comunicação e identidade no festival Mimo
Lu explicou que a adaptação linguística do festival envolve um tom informal e acessível. “Fazemos uma comunicação que é um mix Brasil-Portugal. Estamos criando uma linguagem própria e, como trato diretamente com a comunicação, tento encontrar um meio-termo”, afirmou ela, destacando que, ao longo do tempo, essa abordagem tem sido bem aceita pelos participantes de ambas as nacionalidades.
Apesar do esforço de aproximação, ela ressalta que o próprio vocabulário utilizado pelos brasileiros nas redes sociais do evento às vezes gera dúvidas entre o público português, que de alguma forma assimila parte do português falado no Brasil. “Chega alguém e pergunta sobre esta ou aquela palavra, mas, no fundo, é um festival brasileiro, apesar de ser global, e as pessoas entendem isso”, afirmou Lu.
Vivência internacional e sotaque carioca
Lu vive entre Brasil e Portugal há anos, mantendo o sotaque carioca, o uso do gerúndio e a pronúncia típicas do Rio de Janeiro. Ela explica que essa permanência na vivência e cultura brasileiras ajuda a preservar a essência do festival, mesmo em um contexto internacional.
A líder do Mimo destacou também a preocupação em permanecer fiel à origem brasileira, mesmo ao expandir o evento para a Europa, reforçando que o festival deve seguir sendo um espaço de expressão genuinamente brasileira.
Festival global com influência brasileira
Este ano, a edição do festival ocorrerá em Amarante, e a equipe decidiu incluir símbolos na comunicação para facilitar a compreensão de um público estrangeiro crescente. Estima-se que cerca de 70 mil pessoas participem nos três dias de evento, que já conta com sete edições em Portugal, incluindo uma no Porto além de Amarante.
O festival reúne artistas de 13 nacionalidades, com mais de 60 atividades culturais, com destaque especial para a música. Os artistas convidados vêm de países como Argentina, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Gâmbia, Palestina, Portugal, Reino Unido, Senegal e Venezuela, trazendo uma diversidade cultural significativa.
Programação e participação de artistas brasileiros
A programação completa pode ser conferida aqui, incluindo nomes como Ana Moura, Chief Adjuah, Gustavo Beytelmann & Philippe Cohen Solal, Daddy G (Massive Attack), além de artistas brasileiros como Farofa, Phephz e Djiiva, além da venezuelana Caliente Isa, reforçando a presença brasileira na cena musical do evento.
O festival também promove uma ampla diversidade de atividades culturais e artísticas, afirmando-se como um espaço de resistência cultural e de promoção da cultura brasileira no cenário internacional, mesmo mantendo uma comunicação próxima à portuguesa.
Para saber mais detalhes da edição de 2025, acesse a programação aqui.
Fonte: O Globo