Na tarde de 17 de julho de 2025, um ataqueТ ocorreu na Igreja da Sagrada Família, a única paroquia católica de Gaza, deixando três mortos e nove feridos, incluindo o padre Gabriel Romanelli, informou o Patriarcado Latino. O incidente aconteceu em meio ao conflito entre Hamas e Israel, que completa mais de um ano e meio de hostilidades.
1) A igreja é a única igreja católica de Gaza
A Igreja da Sagrada Família foi construída na década de 1960 e, antes do conflito, abrigava uma comunidade de aproximadamente 130 católicos, conforme a declaração do Patriarcado Latino. Os cristãos representam menos de 1% da população de Gaza, estimada em cerca de 1.000 cristãos, de acordo com o relatório do Departamento de Estado dos EUA de 2024. Os cristãos em Gaza são majoritariamente ortodoxos, com pequenas comunidades católicas e protestantes.
Gaza é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, com cerca de 5.000 habitantes por quilômetro quadrado, além de apresentar altos níveis de pobreza e desemprego. Cerca de 50% da população tem menos de 15 anos, segundo dados do Ministério da Saúde palestino de 2022.
2) A igreja tem sido refúgio para mais de 500 pessoas
Desde o início do conflito provocado pela ofensiva de Hamas contra Israel, a igreja foi transformada em um abrigo improvisado para mais de 500 pessoas, incluindo cristãos de diferentes denominações, famílias muçulmanas e crianças com deficiências. O local atua como um refúgio contra os constantes bombardeios na região.
3) A escola da paróquia é reconhecida em Gaza
O complexo da igreja abriga a Escola do Sagrado Família, fundada em 1974 pelo Patriarcado Latino, que atualmente atende mais de 600 estudantes, de diferentes religiões. Considerada uma das melhores escolas de Gaza, ela mantém uma missão de oferecer educação em um ambiente seguro em meio à crise.
4) Padre Gabriel Romanelli, um argentino em Gaza
O padre Gabriel Romanelli, da congregação da Família Religiosa do Verbo Encarnado, é o responsável pela paróquia. Nascido em Buenos Aires, ele chegou a Gaza em 2019, após períodos no Egito e na Jordânia. Ainda no início do conflito, foi evacuado para Jerusalém, mas decidiu retornar para apoiar sua comunidade local.
5) Três ordens religiosas atuam na paróquia
As Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa, atuam na paróquia há mais de 50 anos, cuidando de idosos e deficientes. Em dezembro de 2023, o convento das irmãs foi atingido por foguetes, tornando-se inabitável e levando à morte de duas delas, que o Patriarcado acredita terem sido alvo da IDF, o exército israelense. As Irmãs do Rosário, responsáveis por uma escola com mais de 800 alunos, também estão presentes na região.
6) Papa Francisco mantinha contato diário com Gaza
Em seus últimos meses de vida, mesmo hospitalizado, Papa Francisco fez chamadas diárias para a paróquia, incluindo a última na Vigília Pascal de 19 de abril de 2025. As conversas eram feitas por WhatsApp, e a comunidade costumava se referir ao Papa como “avô”, demonstrando a forte ligação afetiva.
7) A igreja já foi alvo de ataques anteriormente
Antes do incidente recente, a igreja foi atingida por explosões a cerca de 1.000 pés de distância, em março de 2025. Em abril, Padre Romanelli chamou Gaza de “prisão” e pediu que líderes mundiais busquem a paz. O ataque desta semana foi atribuído a um tanque israelense; o Ministério de Relações Exteriores de Israel expressou “profunda tristeza” e negou responsabilidade pelo ataque às igrejas e locais religiosos.
8) Apoio contínuo do Patriarcado e Vaticano
O Patriarca Latino, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, reafirmou o compromisso de não abandonar a comunidade cristã de Gaza. Em visitas recentes em 2024, o cardeal destacou que “sempre tentamos chegar até Gaza de todas as formas possíveis” e que “nunca os abandonaremos”. Segundo Vatican News, Pizzaballa garantiu que continuará a apoiar a paróquia mesmo em meio às dificuldades.
