Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Aumentar a velocidade de caminhada pode combater a fragilidade em idosos

Aumentar a velocidade de caminhada em apenas 14 passos por minuto pode melhorar a funcionalidade em idosos com fragilidade.

Em um estudo recente realizado em Chicago, pesquisadores descobriram que o aumento da velocidade de caminhada em apenas 14 passos por minuto pode fazer uma diferença significativa na capacidade funcional de idosos que apresentam sinais de fragilidade. Essa descoberta é especialmente importante para milhões de americanos mais velhos que enfrentam o declínio físico, uma vez que passos a mais podem ser cruciais para manter a independência e a qualidade de vida.

Entendendo a fragilidade na terceira idade

A fragilidade é uma condição médica que afeta aproximadamente 15% dos americanos com mais de 65 anos. Caracterizada por perda de peso involuntária, exaustão constante, fraqueza muscular e níveis baixos de atividade, a fragilidade não deve ser confundida com o envelhecimento normal. Trata-se de um ciclo perigoso onde a diminuição da atividade leva à fraqueza e, consequentemente, a uma ainda menor atividade física. Esta espiral pode aumentar significativamente o risco de quedas, desabilitação, hospitalizações e até mesmo morte.

Com o envelhecimento da população americana, a busca por intervenções eficazes se torna cada vez mais urgente. Programas de caminhada têm mostrado potencial para abordar múltiplos aspectos da fragilidade ao mesmo tempo. No entanto, determinar a “prescrição” de exercícios adequada para idosos já fracos — como a frequência, duração e intensidade das caminhadas — continua sendo um desafio, especialmente para aqueles com condições cardíacas ou que usam medicamentos que afetam a resposta ao exercício.

Benefícios da contagem de passos em vez da frequência cardíaca

Abordagens tradicionais para medir a intensidade do exercício, como monitores de frequência cardíaca, muitas vezes falham em idosos, especialmente aqueles que tomam medicamentos como bloqueadores beta. Esses medicamentos podem inibir o aumento normal da frequência cardíaca durante os exercícios. Além disso, pedir para que idosos avaliem seu esforço em uma escala de 1 a 10 pode ser igualmente impreciso, pois muitos têm dificuldade em julgar seus níveis de esforço.

Contar passos por minuto fornece uma forma objetiva e simples de medir a intensidade do exercício. Com aparelhos como smartphones ou relógios fitness, qualquer um pode facilmente acompanhar essa métrica. De acordo com pesquisas anteriores, alcançar 100 passos por minuto geralmente é considerado exercício de intensidade moderada.

Estudo: caminhar rápido versus ritmo confortável

No estudo, que envolveu 102 participantes com idade média de quase 79 anos, foram analisados dois grupos: um que caminhava a uma velocidade confortável e outro que foi incentivado a caminhar “o mais rápido que conseguisse com segurança”. Ambos os grupos realizaram sessões de exercícios três vezes por semana ao longo de quatro meses, com a única diferença nas instruções.

Os resultados foram expressivos: 65% dos caminhantes que adotaram um ritmo mais acelerado mostraram melhorias significativas em um teste de caminhada de 6 minutos, em comparação com apenas 39% dos que caminharam de forma relaxada. O aumento de 14 passos por minuto em relação ao ritmo inicial teve um papel direto no aumento da funcionalidade, revertendo os efeitos da fragilidade.

Quando os pesquisadores analisaram os dados, se constatou que a velocidade, e não apenas a adesão a um grupo de “alta intensidade”, era responsável por esses benefícios. Não houve relatos de lesões sérias, e os participantes foram incentivados a descansar conforme necessário durante as sessões.

Implicações práticas para idosos

Esse estudo, publicado na revista PLOS One, oferece diretrizes imediatas para lares de idosos, centros comunitários e prestadores de saúde que acompanham a terceira idade. Ao invés de programas de exercícios genéricos, as instituições podem estabelecer metas de velocidade personalizadas com base no ritmo confortável de cada pessoa. Isso, aliado ao uso de monitores de atividade simples, pode guiar o progresso em direção à meta de 14 passos extras por minuto.

Para os milhões de idosos que enfrentam um declínio na função física, esta pesquisa traz esperança e um plano de ação concreto. Manter a independência pode ser uma questão de adicionar 14 passos a mais por minuto em caminhadas regulares, uma meta clara e alcançável que pode transformar a maneira como muitos envelhecem.

Assim, a crescente compreensão sobre a importância da velocidade de caminhada abre novas portas para intervenções eficazes que podem melhorar a qualidade de vida dos idosos, proporcionando um envelhecimento mais saudável e ativo.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes