Brasil, 18 de julho de 2025
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Roubos de carga no RJ: média de 8 assaltos por dia preocupa motoristas

Vídeos mostram a violência em roubos de carga no RJ; motoristas vivem momentos de terror nas estradas.

O estado do Rio de Janeiro enfrenta um cenário alarmante com uma média de oito roubos de carga por dia, conforme dados do Governo do Estado. Recentemente, vídeos obtidos com exclusividade pela Globo News revelaram o terror vivenciado por motoristas que se tornam alvos de quadrilhas especializadas. Essas gangues não apenas sequestram os motoristas, mas também utilizam táticas ousadas para desviar rotas e descarregar produtos em feiras livres e comunidades dominadas pelo tráfico.

A violência nos roubos de carga

Em um dos registros, filmados por câmeras instaladas na cabine de um caminhão, um motorista é abordado por criminosos armados enquanto tentava explicar que seu veículo estava monitorado. A situação foi tensa, com o motorista clamando “tá bloqueado, chefe” enquanto os bandidos o seguiam em motos. O caminhão teve sua potência reduzida e, em um movimento brutal, começou a ser empurrado por outro veículo da quadrilha.

Essa abordagem agressiva culminou no desvio da carga, que era composta essencialmente de cigarros, avaliada em quase R$ 1 milhão. Outro vídeo, gravado na Rodovia Washington Luís, mostra um bandido invadindo a cabine de um caminhão e sequestrando o motorista. Este incidente resultou em uma perda estimada de R$ 150 mil. Esses relatos evidenciam como os motoristas estão sob constante ameaça em suas rotas diárias.

Crescimento alarmante nos índices de roubos

Em apenas cinco meses de 2025, o estado registrou 1.305 roubos de carga, um aumento de 30% em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP). A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) revelou que cerca de 90% dos crimes nesse setor são perpetrados por narcotraficantes, o que evidencia a gravidade do problema.

“O roubo de carga é uma das atividades mais lucrativas para as facções. O investimento é baixo e o lucro, muitas vezes, milionário”, destacou o delegado Fábio Asty. Para as indústrias afetadas, as consequências são diretas: o aumento do roubo de cargas encarece toda a cadeia produtiva, refletindo no bolso do consumidor.

Impacto nas indústrias e comércio

Os dados do Sindicarga revelam que, nos últimos doze meses, cerca de 50% das cargas roubadas eram de alimentos, totalizando 2.762 casos, com 1.418 envolvendo produtos alimentícios. O comércio informal, em especial, tem se beneficiado dessa situação, e barracas em feiras populares, como a de Honório Gurgel, têm vendido produtos que, segundo fabricantes, foram roubados

O Disque-Denúncia recebeu 884 relatos de receptação e venda de produtos roubados no primeiro semestre de 2025, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Três bairros da Zona Oeste, Campo Grande, Realengo e Bangu, despontam como os mais denunciados. Algumas barracas oferecem produtos a preços muito abaixo do mercado, levantando suspeitas e atraindo a atenção das autoridades.

Resposta das autoridades

A Secretaria de Segurança Pública do estado informou que as polícias Civil e Militar estão atuando de forma integrada no combate aos roubos de carga, utilizando policiamento ostensivo e ações com foco em inteligência e tecnologia. Desde setembro de 2024, a Operação Torniquete já resultou na prisão de mais de 550 indivíduos e na recuperação de cargas e veículos avaliados em cerca de R$ 38 milhões.

Por sua vez, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) registrou 99 roubos de carga nas rodovias federais da Região Metropolitana no início deste ano, implementando ações de fiscalização em horários e locais estratégicos. A Prefeitura do Rio ressaltou que realiza fiscalizações diárias, porém enfatizou que a investigação de crimes de roubo de carga é uma atribuição das polícias especializadas.

O cenário de roubos de carga no Rio de Janeiro é alarmante e representa uma séria ameaça à segurança de motoristas e à economia local. A luta contra essas quadrilhas continua, mas os efeitos sobre a sociedade e a indústria são indiscutíveis. Instituições e cidadãos devem permanecer vigilantes e envolvidos na busca por soluções para esse problema que afeta a todos.

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