Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Marta Dombi volta a andar com ajuda de inteligência artificial

Após grave acidente, triatleta supera dificuldades e inovações tecnológicas promovem avanços em sua recuperação.

Em 2018, durante uma prova de Ironman, a triatleta Marta Dombi sofreu um grave acidente de bicicleta que a deixou paraplégica. A lesão medular completa, uma das mais severas, comprometeu toda a mobilidade e sensibilidade da cintura para baixo. Na época, os médicos foram taxativos: ela jamais voltaria a andar. Mas Marta recusou-se a aceitar o diagnóstico e, seis anos depois, sua determinação a levou a conquistar um feito impressionante, ao voltar a caminhar com o auxílio de implantes ligados a um sistema de inteligência artificial.

A jornada de superação e inovação

De acordo com a CNN de Portugal, o feito de Marta Dombi é um marco que representa não apenas a superação pessoal, mas também um avanço significativo na aplicação de tecnologias médicas em casos de lesões severas. A triatleta, durante uma conferência sobre medicina e IA promovida pela Fundação Champalimaud em Lisboa, brincou: “Sou um filme de ficção científica em pessoa”, evidenciando seu espírito resiliente e positivo diante das adversidades que enfrentou.

Cirurgia experimental e utilização de IA

O feito foi possível graças a uma cirurgia experimental conduzida pelo centro de investigação suíço NeuroRestore, vinculado à Universidade de Lausana. Inicialmente, não havia ensaios clínicos para pacientes com lesão medular completa, mas Marta insistiu em participar do estudo e foi selecionada. Em setembro do ano passado, ela passou por uma operação de sete horas, na qual recebeu três implantes: um no crânio (na área do cérebro responsável pelo movimento das pernas) e dois na medula espinal, abaixo da lesão.

Os dispositivos implantados comunicam-se por meio de um sofisticado sistema de inteligência artificial que interpreta os sinais neurais emitidos por Marta ao pensar em se mover. Esses sinais são captados, codificados por algoritmos e transformados em impulsos elétricos que estimulam os músculos das pernas. A “ponte digital” entre cérebro e coluna ainda exige o uso de equipamentos externos como um boné com sensores, um transmissor, um computador portátil transportado em um andarilho e conexões via Bluetooth.

Desafios e expectativas futuras

Apesar dos avanços, Marta reconhece que o caminho é longo e desafiador. Durante um de seus treinos, ela ironizou: “O corpo humano não é como a tecnologia, que funciona logo quando se carrega no ‘enter’”. A triatleta precisou de meses de fisioterapia para recuperar parte da musculatura inativa há anos e calibrar o funcionamento do sistema. Embora os movimentos ainda sejam realizados apenas em laboratório ou em sessões limitadas em casa, o avanço é promissor.

A neurocientista Valeria Spagnolo, membro da equipe do NeuroRestore, afirmou que a experiência de Marta representa “o início de algo muito grande”, embora ainda dependa de ajustes técnicos, como a melhoria dos algoritmos e a miniaturização dos dispositivos. A tecnologia, por mais avançada que seja, ainda está em fase experimental, o que traz expectativa sobre a possibilidade de um futuro mais acessível e eficaz para todos que enfrentam lesões semelhantes.

A vida cotidiana de Marta Dombi

Atualmente, Marta ainda utiliza cadeira de rodas no cotidiano e tem plena consciência de que não há cura para sua condição. Ela ainda não consegue sentir que está andando e, para acompanhar seus passos durante os treinos, vale-se de um espelho. Contudo, sua determinação em integrar os exercícios à sua rotina e colaborar para que a tecnologia se torne mais acessível e menos invasiva permanece firme.

Com sua história inspiradora, Marta Dombi não apenas reafirma a importância da inovação tecnológica na medicina, mas também serve como um símbolo de resistência e esperança para muitos que enfrentam desafios semelhantes. À medida que a pesquisa avança e as tecnologias evoluem, podemos esperar que mais pessoas tenham acesso a tratamentos que transformem vidas e promovam a reabilitação em altos níveis.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes