Brasil, 18 de julho de 2025
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Explosão na igreja de Gaza planta medo e destruição

Ataque a igreja em Gaza causa mortes, feridos e reforça clima de insegurança na região devastada pela guerra

Na manhã desta terça-feira (17), a Igreja da Sagrada Família, em Gaza, foi atingida por uma explosão causada por um projétil, pouco após a celebração de missa pelo padre Yusuf Asad, que atua na paróquia há seis anos. O ataque, ocorrido por volta de 10h20, deixou vítimas fatais e agravou ainda mais a crise humanitária na região sob intensos bombardeios.

Incidente deixa mortos e feridos em meio ao conflito em Gaza

Segundo Anton Asfar, diretor de Caritas Jerusalém, a explosão ocorreu próximo ao topo da igreja, perto da cruz, espalhando estilhaços pelo pátio do complexo religioso, que inclui uma igreja, escola, convento e centro de apoio às vítimas de guerra. “Se não fosse pelos avisos do padre Romanelli para que as pessoas ficassem no interior, poderíamos ter tido uma tragédia com dezenas de vítimas”, afirmou.

Até o momento, a Conferência do Patriarcado Latino de Jerusalém confirmou três mortes: Saad Issa Kostandi Salameh, responsável pela manutenção do local, e duas idosas, Foumia Issa Latif Ayyad, de 84 anos, e Najwa Abu Daoud, de 70, que estavam recebendo suporte psicológico na tenda da Caritas. Diversas pessoas ficaram feridas ao tentar evacuar o local, incluindo o padre argentino Gabriel Romanelli, também internado por um ferimento leve.

Desafios da assistência humanitária sob constante ameaça

O estado de emergência na faixa de Gaza segue agravado pelo contínuo bombardeio e pela escassez de recursos essenciais, como água, medicamentos e combustível. Atualmente, mais de 500 pessoas encontram abrigo no complexo da igreja, sendo maioria de cristãos ortodoxos, protestantes e católicos, além de dezenas de crianças muçulmanas com deficiência que vivem na área.

“Não há áreas seguras em Gaza. Mesmo com o medo, as pessoas insistem em permanecer nas igrejas e centros de refúgio”, lamentou Asfar. Ele destacou ainda que a situação se deteriorou após a intensificação dos ataques nos últimos dias, com bombardeios constantes ao redor da paróquia.

‘Gaza não tem mais áreas seguras’, alerta padre Asad

De acordo com o representante da Caritas Jerusalém, a situação de insegurança impossibilita deslocamentos seguros. “Os moradores estão em desespero, presos entre a ameaça constante de ataques e a tentativa de preservar suas vidas dentro das igrejas e centros de apoio”, afirmou.

As atividades de ajuda humanitária estão praticamente paralisadas, com apenas três centros atuando, segundo informações da Pontifícia Universidade de Jerusalém. Esta quantidade é insuficiente para atender às cerca de 400 pontos de distribuição anteriores durante a trégua, levantando suspeitas de que a assistência também esteja sendo utilizada como arma de guerra, como apontaram organismos internacionais.

Crise de recursos e deterioração do sistema de saúde

Com os hospitais sobrecarregados e sem condições ideais de atendimento, o risco de mais mortes aumenta. “O gerenciamento das ajudas está sob suspeita, e o sofrimento da população aumenta a cada dia”, alertou Asfar. Segundo ele, as autoridades locais enfrentam dificuldades extremas para repassar recursos e garantir o mínimo de assistência, agravando o cenário de fome e desnutrição entre as crianças.

Por ora, o conflito não dá sinais de arrefecimento, e a população de Gaza vive uma crise humanitária sem precedentes, onde a esperança de paz parece distante diante das contínuas operações militares.

Esta reportagem foi originalmente publicada pela Agência ACI Prensa e adaptada pela CNA.

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