Brasil, 18 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Moody’s melhora nota de risco da Argentina, mas mantém perfil alto de inadimplência

A agência de classificação elevou a nota da Argentina de “Caa3” para “Caa1”, refletindo avanços na liberalização cambial e acordos com o FMI, mas risco ainda persiste

A agência Moody’s anunciou nesta quinta-feira (17) a elevação da nota de crédito da Argentina de “Caa3” para “Caa1”, representando um avanço de dois degraus na avaliação. Contudo, o país ainda permanece na categoria de risco elevado de inadimplência, o que pode afastar investidores. A perspectiva da nota também foi alterada de “positiva” para “estável”, indicando que novos melhoramentos dependerão de dados econômicos mais favoráveis.

Impulsos recentes sustentam a melhora na classificação da Argentina

A Moody’s justificou a mudança destacando a ampla liberalização do câmbio e a flexibilização dos controles de capitais, aliados a um novo programa de apoio com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo a agência, essas medidas fomentam a disponibilidade de moeda forte, como o dólar, e ajudam a reduzir as pressões sobre as finanças externas do país. “Isso diminui a probabilidade de um evento de crédito”, afirmou a nota oficial da Moody’s.

Apesar do avanço, a perspectiva estável reflete o equilíbrio entre os aspectos positivos e os desafios existentes, como a reestruturação estrutural limitada das contas externas e a deterioração nos termos de troca, que podem reduzir o superávit comercial. A última melhora na nota da Argentina ocorreu em janeiro, sendo o primeiro upgrade para a segunda maior economia da América do Sul em mais de cinco anos.

Contexto histórico e situação atual

Em 2020, a Fitch rebaixou a classificação da Argentina devido às dificuldades de reestruturação da dívida provocadas pela pandemia, aumentando o risco de calote. A recente melhora na avaliação da Moody’s sinaliza, porém, que o país vem adotando medidas para conter o risco financeiro.

Comparativo com o cenário do Brasil

Enquanto isso, o Brasil viu sua perspectiva de nota ser revista de “positiva” para “estável” no fim de maio, mesmo mantendo o rating em Ba1, abaixo do grau de investimento. A agência atribui essa mudança às dificuldades nas contas públicas do país, com maior vulnerabilidade na capacidade de pagamento da dívida. Outros fatores destacados incluem a lentidão na consolidação fiscal e a estrutura da dívida, altamente sensível às oscilações nas taxas de juros.

“A capacidade do governo brasileiro de reduzir vulnerabilidades fiscais de forma significativa permanece limitada”, afirmou a Moody’s, indicando que apesar do risco ser relativamente menor no curto prazo, os desafios econômicos continuam presentes. A nota do Brasil indica um “grau especulativo”, com riscos associados às condições financeiras e à sustentabilidade da dívida.

Impactos e perspectivas

A melhora na classificação da Argentina reforça a percepção de avanços na gestão econômica, mas o país ainda enfrenta incertezas que podem influenciar sua credibilidade internacional. Para o Brasil, a manutenção de uma avaliação mais baixa reflete a necessidade de reformas estruturais para alcançar maior estabilidade fiscal.

Especialistas ressaltam que o cenário externo e a capacidade de implementação de políticas econômicas serão determinantes para futuras avaliações das agências de risco — para ambos os países.

Mais detalhes sobre as avaliações podem ser acessados na matéria do G1.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes