Brasil, 18 de julho de 2025
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Greve dos professores em Salvador leva a mudanças no calendário letivo

A paralisação dos professores da rede municipal em Salvador já dura mais de dois meses, impactando o calendário escolar da cidade.

No cenário de um protesto que já se estende por mais de dois meses, os professores da rede municipal de Salvador têm se reunido em busca de melhores condições de trabalho e do pagamento do piso nacional. O secretário de Educação de Salvador, Thiago Dantas, anunciou nesta quinta-feira (17) que, devido à greve, o calendário letivo será estendido até janeiro de 2026, alterando a previsão inicial que era para o término na primeira quinzena de dezembro deste ano.

Ajustes no calendário escolar e impacto no ensino

Com aproximadamente 131 mil alunos matriculados em 415 unidades de ensino na cidade, a extensão do calendário letivo visa garantir que os estudantes consigam cumprir os 200 dias de aulas exigidos. “Esse ajuste é necessário para garantir a aprendizagem dos alunos no ano letivo de 2025”, afirmou Dantas em entrevista à TV Bahia.

Embora a greve tenha causado um prejuízo significativo na rotina escolar, o secretário destacou que 90% das escolas permanecem em funcionamento, apesar de 41 dias letivos terem sido prejudicados pela paralisação. Na tentativa de minimizar os impactos, ações como a “Aprender Mais”, que ocorrerá no próximo sábado (19), permitirão que parte dos alunos retorne às escolas para atividades de recomposição do conteúdo não ministrado.

Negociações entre prefeitura e professores

As negociações entre a prefeitura e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) têm avançado, e, na última rodada realizada, foi estabelecido o pagamento do piso nacional de R$4.867,77. Contudo, o secretário ressalta que a proposta apresentada pelo governo foi o máximo que a gestão municipal pode oferecer.”Todos os pontos que poderiam ser concedidos já foram”, afirmou.

Na assembleia marcada para o dia 18 de julho, a APLB pretende divulgar a posição da categoria em relação às recentes negociações. Desde o início da greve, os professores têm reivindicado o cumprimento do piso nacional, além de melhorias nas condições de trabalho, como climatização das salas de aula e acesso a materiais pedagógicos adequados.

Histórico da greve

A greve dos professores teve início em 4 de maio, quando a categoria denunciou o não pagamento do piso nacional. A situação se agravou com a proposta de reajuste salarial de apenas 4%, que foi amplamente rejeitada pelos educadores. A pressão aumentou quando o Tribunal de Justiça da Bahia determinou a suspensão imediata da greve, mas a categoria decidiu manter a paralisação.

As tensões atingiram um pico em maio, quando o Ministério Público recomendou que a prefeitura fornecesse alimentação para os alunos que estavam sem aulas. A administração municipal acatou a recomendação e começou a oferecer refeições durante o horário escolar, mas a insatisfação dos professores permanece.

Reivindicações da categoria

A APLB apresentou uma lista extensa de reivindicações, incluindo:

  • Gratificação de diretores e vice-diretores com aumento de 5% sobre os vencimentos.
  • Conversão de tabelas de gratificação em percentuais.
  • Manutenção da gratificação de aprimoramento em percentuais de 2,5%, 5%, 7,5%, até um teto de 25% do vencimento base.
  • Realização de concurso público em 2025 para professores e coordenadores pedagógicos.
  • Climatização de 100% das salas de aula até dezembro de 2025.
  • Prioridade para aposentadorias.

Essas demandas refletem uma luta não apenas por aumento salarial, mas também por melhores condições de ensino, que são cruciais para a formação dos alunos na cidade.

Próximos passos e cenário futuro

Com assembleias agendadas e a pressão crescente por parte dos educadores, espera-se que as próximas semanas sejam fundamentais para determinar o rumo da greve e as possíveis soluções para os impasses. A expectativa é que, com a extensão do calendário letivo e as novas negociações, a situação se estabilize e que os direitos dos professores sejam respeitados.

Os desafios enfrentados pela educação municipal em Salvador estão longe de serem resolvidos, mas o diálogo aberto entre a prefeitura e os educadores poderá ser um caminho para garantir a qualidade do ensino e o respeito aos profissionais da educação. O futuro da educação na cidade depende de uma resolução justa que atenda às necessidades tanto dos alunos quanto dos professores.

Para mais informações sobre a situação da greve e suas repercussões, siga o perfil do g1 Bahia nas redes sociais e fique atualizado.

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