No último dia 14 de março, a queniana Ruth Chepngetich, que estabeleceu o recorde mundial feminino da maratona com o tempo de 2:09:56 em Chicago no ano passado, foi suspensa provisoriamente pela Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) após um teste positivo para hidroclorotiazida, uma substância diurética banida pela Agência Mundial Antidoping (WADA). O anúncio foi feito na quinta-feira e marca um momento crítico na carreira da atleta que já foi campeã mundial em 2019.
Detecção da substância e consequências
Em comunicado oficial, a AIU informou que “a recordista mundial da maratona, Ruth Chepngetich, foi suspensa provisoriamente pela presença e uso de hidroclorotiazida (HCTZ) em uma amostra coletada em 14 de março”. A unidade explica que tomou conhecimento do caso em 3 de abril e questionou a atleta sobre a situação em 16 do mesmo mês. Chepngetich havia se retirado da Maratona de Londres em 27 de abril, alegando não estar “física ou mentalmente em condições de realizar sua melhor prova”.
Abordagem da AIU e suspensão voluntária
Segundo a AIU, a atleta de 30 anos aceitou uma suspensão provisória voluntária em abril, enquanto as autoridades antidoping realizavam a investigação pertinente. O órgão também anunciou que, com o avanço da investigação, decidiu impor uma suspensão provisória mais formal, enfatizando que o processo ainda está em andamento.
A hidroclorotiazida é um diurético que pode ser utilizado para ocultar a presença de outras substâncias proibidas na urina, levando à sua proibição. Isso se torna um importante ponto de atenção para os atletas, que enfrentam rigorosíssimo controle antidoping, especialmente em competições de alto nível.
Histórico de conquistas de Chepngetich
Ruth Chepngetich é uma figura proeminente no atletismo mundial, tendo vencido a Maratona de Chicago três vezes consecutivas (2021, 2022 e 2024). Sua carreira inclui outras conquistas notáveis, como a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Atletismo de 2019. No entanto, a suspensão traz um impacto significativo, pois ela não compete desde março deste ano, quando terminou em segundo lugar na Meia Maratona de Lisboa com o tempo de 1:06:20.
Agora, com o detalhe da suspensão ativa por dois anos, a carreira de Chepngetich passa a estar em uma fase de incerteza, levantando questões sobre seu retorno às competições e o impacto dessa situação em sua trajetória no esporte.
Repercussão no cenário esportivo
A questão do doping continua sendo um tema sensível e de grande repercussão no mundo dos esportes. Atletas de diferentes modalidades enfrentam pressões para performar, o que algumas vezes os leva a ações radicais que podem comprometer não só suas carreiras, mas também a integridade de suas conquistas. O caso de Chepngetich ressuscita discussões sobre o uso de substâncias proibidas e a necessidade de um controle mais eficaz no mundo do atletismo.
Ainda que Chepngetich tenha um histórico respeitável, o elevado comprometimento com as regras do esporte e a necessidade de um ambiente de competição limpo são prioridades defendidas por organismos internacionais, e a AIU reafirma seu compromisso em garantir que todos os atletas joguem limpos.
À medida que a investigação avança, o futuro da atleta e suas possíveis repercussões nas futuras competições estarão sob vigilância não apenas dos aficionados por esportes, mas de toda uma comunidade global que busca a justiça e a equidade no atletismo.