O ex-presidente Donald Trump evitou responder perguntas sobre o financista Jeffrey Epstein nesta terça-feira, alegando que partes dos arquivos de investigação foram “inventadas” por seus adversários políticos, enquanto crescem as suspeitas e teorias envolvendo sua relação com o caso.
Acusações e declarações polêmicas na investigação sobre Epstein
Durante entrevista com repórteres, Trump afirmou que os documentos relacionados ao escândalo do sexualista foram manipulados por figuras como Barack Obama, Joe Biden e o ex-diretor do FBI, James Comey. Segundo ele, “essas fichas foram feitas por eles”, insinuando uma tentativa de manipulação política.
Apesar de prometer que mais informações podem ser divulgadas, Trump declarou que só libertará dados considerados “credíveis”, o que alimenta ainda mais as dúvidas sobre o que há de verdade nesses arquivos.
Reação a anúncio do Departamento de Justiça e o papel de autoridades
Após o pronunciamento, a procuradora-geral Pam Bondi, que participou de uma coletiva do Departamento de Justiça, recusou-se a comentar as declarações de Trump sobre Epstein, destacando que seu foco é na crise de overdose por fentanil nos EUA.
Ela afirmou: “Este assunto é sobre mortes por overdose de fentanil em nosso país, não vou falar de Epstein.”
Histórico de Epstein e a relação com Trump
Jeffrey Epstein acumulou acusações de abuso sexual contra menores há mais de duas décadas, tendo recebido um acordo judicial considerado benevolente na Flórida. Em 2018, novas denúncias ressurgiram após reportagem do Miami Herald, que detalhou seus crimes sexuais de repetição.
Donald Trump e Epstein tiveram uma amizade conhecida por anos, frequentando mesmas festas com a socialite Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual em 2021, atualmente presa.
Quando questionado sobre seu antigo amigo após a prisão de Epstein, em 2019, Trump afirmou que não tinham falado há anos e que “não era fã”.
Suposta manipulação dos arquivos e dúvidas sobre a credibilidade
No âmbito político, apoiadores de Trump exigem acesso completo aos arquivos, especialmente após o Departamento de Justiça emitir uma nota dizendo que não há evidências de que Epstein tenha mantido uma “lista de clientes” ou feito chantagem.
O ex-presidente reforçou sua confiança na secretária de Justiça, elogiando o trabalho de Bondi. Quando questionado se ela revelou algo sobre seu nome nos arquivos, Trump negou veementemente: “Ela nos deu uma informação rápida, nada mais.”
Contexto e controvérsia ao redor do caso Epstein
Jeffrey Epstein utilizou suas conexões e fortuna para se aproximar de jovens mulheres, supostamente abusando delas em suas propriedades privadas. Ele morreu em 2019, um mês após ser preso por tráfico de menores, em uma prisão federal.
Em uma entrevista de 2002, Trump descreveu Epstein como um “cara ótimo”, porém, em 2019, afirmou que cortou relações com ele há mais de 15 anos, rejeitando qualquer ligação atual.
O episódio acirra o debate sobre possíveis ligações entre figuras de alto poder e os crimes de Epstein, enquanto as especulações sobre ações políticas e conspirações continuam crescendo.
Esta matéria originalmente foi publicada no HuffPost. Leia mais.