O Papa Leo XIV expressou nesta quinta-feira (17) sua profunda preocupação e pediu um cessar-fogo imediato após um ataque aéreo contra a Igreja da Sagrada Família, única igreja católica em Gaza, que resultou na morte de pelo menos duas pessoas. A mensagem foi divulgada por meio de um telegrama assinado pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
Apelo urgente por paz e solidariedade
Na mensagem, o pontífice manifestou sua “profunda tristeza” diante do ataque militar e orou pelas famílias enlutadas e pelos feridos. “O Papa Leo renova sua esperança profunda por diálogo, reconciliação e uma paz duradoura na região”, afirmou o documento. Além disso, ele confiou as almas das vítimas à misericórdia de Deus e garantiu sua “pronta proximidade espiritual” a todos os afetados pela violência.
Reação nas redes sociais e preocupação humanitária
O Papa também utilizou sua conta na plataforma X (antigo Twitter) para reforçar sua mensagem de paz, dizendo: “Só o diálogo e a reconciliação podem garantir uma paz duradoura”.
“Estou profundamente consternado com a perda de vidas e os ferimentos causados pelo ataque militar à Igreja da Sagrada Família em #Gaza. Asseguro à comunidade paroquial minha proximidade espiritual. Reza pelos mortos e pelos feridos.”
— Papa Leo XIV (@Pontifex) 17 de julho de 2025
Segundo a organização humanitária Caritas Jerusalém, as vítimas estavam fora do prédio da igreja — transformada em um abrigo para mais de 500 pessoas desde o início do conflito em outubro de 2023 — no momento do ataque. Saad Salameh, 60 anos, zelador da paróquia, estava no pátio, enquanto Fumayya Ayyad, de 84 anos, estava dentro de uma tenda de apoio psicológico da Caritas. Ambos foram levados ao Hospital Al-Mamadani, localizado a pouco mais de meia milha da igreja, mas faleceram pouco tempo depois devido à escassez de recursos médicos e de unidades de sangue em Gaza, informou a organização.
A Caritas Jerusalém condenou as mortes, destacando que representam “uma dolorosa lembrança das condições impossíveis enfrentadas por civis e profissionais de saúde sob cerco”. As equipes da entidade na faixa de Gaza estão em choque e em luto após testemunharem “mais uma perda irracional de vidas inocentes”, declarou a organização.
Em resposta ao ocorrido, a Caritas fez um apelo urgente à comunidade internacional: “Mais uma vez, pedimos ações rápidas para proteger civis, locais de culto e espaços humanitários, garantindo que as pessoas em Gaza tenham acesso ao direito fundamental de sobreviver”. A mensagem finalizou com uma homenagem às vítimas: “Que Saad e Fumayya descansem em paz. Carregamos suas memórias conosco”.
O patriarca latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, afirmou que duvida que o ataque tenha sido um acidente. “ dizem que foi um erro de um tanque israelense, mas não sabemos; atingiu a igreja… diretamente”, declarou à Vatican News. Além das duas mortes, cinco pessoas ficaram feridas, incluindo o padre Gabriel Romanelli, que sofreu um pequeno ferimento na perna.
Pizzaballa ressaltou que é cedo para uma avaliação completa, mas enfatizou a necessidade de esclarecimentos e ações para proteger a comunidade local. “Ainda é muito cedo para falar sobre tudo isso; devemos entender o que aconteceu, o que deve ser feito, principalmente, para proteger nosso povo, tentando evitar que esses eventos se repitam”, afirmou.
Após o ataque, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, divulgou uma mensagem na plataforma X expressando “profunda tristeza pelo dano à Igreja da Sagrada Família em Gaza e por vítimas civis”. Segundo ele, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão investigando o incidente, cujos detalhes “ainda não estão claros”. Marmorstein garantiu que “os resultados da investigação serão publicados com total transparência” e reforçou que “Israel nunca mira igrejas ou locais religiosos”, lamentando qualquer dano a esses espaços.
Este artigo foi originalmente publicado pela ACI Prensa, parceiro de notícias em espanhol da CNA, e adaptado pela agência. Para mais informações, acesse fonte original.
