Brasil, 17 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Adolescente é brutalmente espancado por homofobia e morre em Manaus

A vítima, Fernando Vilaça, faleceu após três dias internado; dois primos são os principais suspeitos das agressões.

No último dia 5 de julho, a cidade de Manaus foi abalada pela notícia da morte de Fernando Vilaça, um adolescente de apenas 17 anos, que foi brutalmente espancado após reagir a ofensas homofóbicas. A violência desencadeada por injúrias relacionadas à sua possível orientação sexual chocou a comunidade local e levantou discussões sobre a prevalência da homofobia no Brasil.

Detalhes do caso de homofobia em Manaus

Segundo as investigações, Fernando Vilaça foi atacado por dois primos, ambos menores de idade, na localidade conhecida como bairro Gilberto Mestrinho, na zona leste da capital amazonense. O ataque ocorreu em uma confraternização na rua, onde Fernando se sentiu ofendido ao ser chamado de “viadinho” e acabou agindo em defesa de sua dignidade. No entanto, a reação dos primos foi a violência extrema.

De acordo com o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, os agressores foram acusados de uma agressão deliberada. Um dos suspeitos alegou que agiu em legítima defesa, justificativa que entra em contrariedade com os relatos e as evidências coletadas pela polícia. O fato é que Fernando não teve chance de se defender e sofreu um golpe fatal que o fez cair e, ao colidir a cabeça, resultou em ferimentos graves.

Processo de investigação e apreensão dos suspeitos

Após o ocorrido, os dois primos de Fernando, sendo um deles de 16 anos e o outro, que estava foragido, também com a mesma idade, foram alvos das investigações. O primeiro suspeito foi apreendido em 9 de julho ao se apresentar à delegacia. Já o segundo foi encontrado em sua casa e os investigadores descobriram que ele já havia sido expulso de sua escola devido a má conduta.

As investigações revelaram que, após o espancamento, Fernando entrou em convulsão, e os primos deixaram o local sem prestar qualquer ajuda. Apenas moradores que passavam na rua se prontificaram a levar a vítima para um hospital, mas com um atraso que se mostrou fatal. Fernando morreu três dias após o ataque, após passar por procedimentos cirúrgicos, sem conseguir se recuperar dos danos sofridos.

Reação da sociedade e das autoridades

O caso trouxe à tona a questão urgente da homofobia e suas consequências letais. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania classificou a situação como um assassinato motivado pela homofobia, ressaltando a necessidade de proteção e respeito às orientações sexuais diversas. A impunidade e a violência homofóbica continuam sendo um problema no Brasil; assim, o caso de Fernando Vilaça acendeu um alerta para a sociedade.

O delegado Guilherme Torres enfatizou a importância de lutar contra a discriminação e a violência. “É fundamental que as pessoas respeitem qualquer tipo de orientação sexual, para que situações como essa não ocorram. Uma vida foi ceifada, uma família perdeu o convívio com um filho, irmão, sobrinho, primo, que era cheio de planos”, declarou o delegado, em uma apelo para conscientização e respeito à diversidade.

Consequências legais para os agressores

Os primos de Fernando responderão por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado por motivo fútil. Eles serão encaminhados para a Unidade de Internação Provisória (UIP), onde aguardam judicialização do caso e terão que enfrentar uma séria consequência por suas ações. A Justiça está buscando não apenas a responsabilização criminal, mas também um ambiente mais seguro para todos.

O trágico desfecho da vida de Fernando Vilaça levanta um clamor por mudanças profundas nas atitudes sociais e políticas em relação à homofobia no Brasil. Combater o preconceito não é apenas uma responsabilidade de alguns, mas de toda a sociedade, que deve se unir para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todos os cidadãos.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes