A China reduziu suas compras do Brasil no primeiro semestre de 2025, refletindo a escalada na disputa tarifária entre Washington e Pequim e a busca por diversificação de fornecedores. As exportações brasileiras totalizaram US$ 47,7 bilhões, uma retração de 7,5% em relação ao mesmo período de 2024, a maior queda para o período em uma década. Essa mudança ocorreu em um cenário de preços menores de commodities e aumento nas importações de veículos híbridos e aço.
Reação do governo e estratégia comercial
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que a lei de reciprocidade é considerada o último recurso contra o tarifaço de Donald Trump. Segundo o governo brasileiro, países não se dobrarão a essas pressões e continuarão buscando novos mercados, evidenciando a necessidade de diversificação, especialmente na pauta de exportações.
Queda nos principais produtos de exportação
Embora o volume de soja tenha crescido 5%, a queda de 6% nos preços da commodity levou a uma receita de US$ 18,9 bilhões, retração de 6%. As exportações de petróleo tiveram a maior queda em cinco anos, reduzindo 7% no volume e 15% na receita, refletindo o impacto das turbulências na cadeia de valor e nas ações comerciais internacionais.
Importações em alta e movimento estratégico da China
As compras de laminados de aço com largura superior a 600 milímetros aumentaram 318%, atingindo US$ 294 milhões, enquanto as importações de carros híbridos tiveram crescimento de 52%, totalizando US$ 1,38 bilhão. Tulio Cariello, diretor de pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), destacou que a China busca diversificar suas importações desde o governo Trump, mas a estratégia foi intensificada diante das ameaças tarifárias atuais, além dos choques nas cadeias de distribuição provocados pela pandemia.
O alerta para o Brasil e o setor de terras-raras
Cariello alerta que o movimento chinês reforça a necessidade do Brasil diversificar seus clientes, especialmente no setor de terras-raras, que possui a segunda maior reserva mundial. Em 2025, as exportações brasileiras desses materiais para a China triplicaram, chegando a US$ 6,7 milhões, utilizado em eletrônicos, ligas metálicas leves, turbinas eólicas e veículos elétricos. O país possui potencial de ampliar sua participação nesse setor, especialmente após o acordo de maio entre Estados Unidos e China que garante o suprimento de terras-raras ao mercado americano.
Perspectivas futuras
Especialistas defendem que o Brasil deve investir em projetos de longo prazo para fortalecer a exportação de terras-raras, aproveitando seu grande potencial de crescimento diante do cenário de tensões comerciais internacionais. Essa estratégia poderia ampliar a presença do país em um mercado em expansão, essencial para a transição energética e tecnológica global.
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