O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana que a Coca-Cola concordou em substituir o xarope de milho por açúcar de cana na produção de suas bebidas vendidas no mercado norte-americano. A declaração foi feita nas redes sociais, como parte de sua campanha “Make America Healthy Again”, liderada junto com o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr.
Proposta de mudança na fórmula da Coca-Cola nos Estados Unidos
Segundo Trump, a Coca-Cola teria aceitado a substituir o adoçante de milho por leite de açúcar de cana na fórmula de seus refrigerantes nos EUA. “Tenho conversado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana de verdade na Coca nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazer isso”, escreveu Trump. “Gostaria de agradecer a todos aqueles em posição de autoridade na Coca-Cola.”
Porém, a companhia evitou confirmar oficialmente a mudança na fórmula. Em nota, a Coca-Cola afirmou que “agradece o entusiasmo do presidente Trump” e que em breve compartilhará “mais detalhes sobre novas ofertas inovadoras”.
Contexto e repercussões da possível mudança
Atualmente, as versões vendidas nos EUA utilizam xarope de milho, um ingrediente mais barato e amplamente utilizado na indústria alimentícia. Em outros mercados, como Brasil, México e Reino Unido, a Coca-Cola já utiliza açúcar de cana ou de beterraba. A decisão de Trump e Kennedy Jr. de alterar a fórmula tem como foco a indústria do milho, que é fundamental para a agricultura do Centro-Oeste americano.
Reações e críticas ao projeto
Representantes do setor agrícola criticaram a proposta, argumentando que ela prejudicaria milhares de empregos na fabricação de alimentos, reduziria a renda agrícola e aumentaria as importações de açúcar estrangeiro, sem benefícios nutricionais claros. Segundo John Bode, presidente da Associação de Refinadores de Milho, a mudança poderia ter efeito negativo na economia agrícola.
Nutricionistas também alertam que a troca de ingredientes pode ter pouco impacto na saúde pública, destacando que “o problema não é o tipo de açúcar, mas a quantidade consumida”, segundo especialistas.
Implicações políticas e econômicas
A iniciativa revela uma disputa entre os lobbies agrícolas do milho e do açúcar, com forte impacto político, visto que as regiões de produção de ambos setores têm bases eleitorais importantes para Trump. O Sul, principal reduto da indústria açucareira, especialmente na Flórida, contrasta com o Centro-Oeste, onde o milho sustenta a economia local.
Se confirmada, a mudança representaria a maior alteração na fórmula da Coca-Cola nos EUA desde 1985, quando foi introduzida a “New Coke”, causando grande polêmica na época. Além disso, a decisão pode reacender debates sobre o consumo de adoçantes artificiais e ingredientes na indústria de alimentos.
Próximos passos e expectativas
A Coca-Cola ainda não divulgou detalhes oficiais, mas a expectativa é que a nova fórmula seja adotada em breve, ajustando-se às estratégias de Trump de promover uma “reforma” na alimentação dos americanos.
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