No mês de julho de 2025, a Polícia Civil de Piracicaba (SP) anunciou a prisão de mais dois suspeitos envolvidos no brutal assassinato do casal de empresários José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61 anos. O crime, que chocou a região, ocorreu em abril do ano anterior, em São Pedro (SP), e evidenciou um intricado esquema de interesse patrimonial, envolvendo advogados e executores contratados.
Contexto do crime e investigações
O assassinato do casal teve como pano de fundo o envolvimento dos advogados Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso, que foram presos em junho sob suspeita de serem os mandantes do crime. De acordo com as investigações, o crime foi motivado pelo interesse no patrimônio considerável das vítimas, que não tinham herdeiros e possuíam bens avaliados em aproximadamente R$ 12 milhões.
Os corpos de Pavan e Ferrari foram encontrados em um veículo a cerca de 48 horas após o crime, com marcas de tiros e mãos amarradas, o que demonstra a brutalidade do ato. Os novos suspeitos, de 60 e 39 anos, teriam participado da execução, com um deles sendo identificado como o executor material do crime e cunhado de um dos advogados presos anteriormente.
Detalhes sobre os mandantes e suas motivações
Os advogados, que tinham estreita relação com as vítimas desde 2013, foram inicialmente contratados para defender o casal em questões relacionadas a uma transação imobiliária complexa. No entanto, ao longo dos anos, a situação se deteriorou, e os advogados passaram a explorar as vulnerabilidades de Pavan e Ferrari, levando a apropriações indevidas de patrimônios e valores, incluindo a falsificação de documentos.
Relatos da Polícia Civil indicam que, durante este período, os advogados se apropriavam de valores que somavam R$ 2,8 milhões de forma fraudulenta, através de custos processuais fictícios e a manipulação de bens. A relação entre os envolvidos tornou-se cada vez mais desgastante, até culminar no trágico desfecho.
Prisões e desdobramentos do caso
Com a prisão dos dois novos suspeitos, a Polícia Civil já contabiliza quatro pessoas detidas por envolvimento no crime, com investigações em andamento para identificar outros possíveis envolvidos. Os dois homens, identificados como executores e que têm conexões diretas com o cenário do assassinato, foram detidos após mandados de busca e apreensão em São Carlos (SP).
A prisão temporária dos suspeitos foi decretada por 30 dias, enquanto as investigações seguem. A polícia ainda está analisando o material coletado, com foco em estabelecer conexões mais amplas entre os mandantes e os executores. O estado em que os corpos foram encontrados e a ligação dos advogados com a propriedade em questão são elementos que a polícia continua a explorar.
Implicações jurídicas e a defesa dos acusados
Os acusados respondem por múltiplos crimes, incluindo homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver. A defesa dos advogados já indicou intenção de contestar a validade da prisão com um pedido de habeas corpus, o que poderá impactar o andamento do processo.
Com as investigações em um estágio ainda inicial, resta saber não apenas o destino do patrimônio das vítimas, mas também como as provas irão se alinhar contra os acusados. Questões sobre a verdadeira extensão do envolvimento de outros possíveis cúmplices ainda permanecem sem resposta.
A repercussão do caso na sociedade
Este caso de assassinato não apenas chocou os moradores da região, mas também levantou questões sobre ética e responsabilidade por parte de profissionais da advocacia. A confiança da população nas instituições é testada a cada desdobrar dos eventos, e a repercussão negativa pode trazer à tona discussões sobre regulamentações e condutas na profissão.
Com a atenção da mídia voltada para o caso, espera-se que justiça seja feita. A comunidade aguarda ansiosamente por mais clareza sobre os desdobramentos e a possível recuperação do patrimônnio das vítimas, que se tornou o epicentro das disputas e fraudes.
A medida que novos detalhes surgem, é crucial que o acompanhamento do caso seja feito com rigor e responsabilidade, para que a verdade prevaleça e aqueles que se beneficiassem do crime sejam responsabilizados.
O caso ainda está em aberto, e a sociedade acompanhará de perto os passos da justiça, que espera trazer não apenas respostas para a dor da perda, mas também a reparação necessária para evitar que crimes dessa natureza voltem a ocorrer.