Um novo levantamento da pesquisa Genial/Quaest, divulgado nesta quinta-feira, revela que um terço dos eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se autodenominam bolsonaristas, afirmam que, caso Bolsonaro permaneça inelegível, o nome que deve ser apoiado é o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A pesquisa, que ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 10 e 14 de julho, apresenta dados interessantes sobre as futuras movimentações políticas da ala bolsonarista.
As preferências dos eleitores bolsonaristas
A pesquisa indica que, após Michelle, dois outros nomes estão empatados na preferência dos bolsonaristas: o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, com 22% de apoio, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 20%. Eles são vistos como os mais prováveis representantes do bolsonarismo nas próximas eleições presidenciais, considerando a inelegibilidade do antigo chefe do Executivo.
Por outro lado, fica ainda mais claro que a corrida pela sucessão na direita está acirrada, com o empresário Pablo Marçal aparecendo a uma distância significativa, com apenas 10% de aprovação. Além dele, quatro governadores de direita aparecem com baixas pontuações: Romeu Zema e Ratinho Júnior com 3%, enquanto Ronaldo Caiado e Eduardo Leite somam apenas 1%. Outros 2% responderam que Bolsonaro não deve apoiar nenhum dos nomes citados na pesquisa, e 5% se disseram indecisos.
O cenário político e os embates entre candidatos
Com a inevitabilidade da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, a disputa entre Eduardo e Tarcísio tem ganhado destaque. Recentemente, os dois se envolveram em uma disputa pública após a decisão de Trump de aumentar tarifas que podem impactar a economia brasileira. Eduardo expressou seu descontentamento em relação a Tarcísio por seus esforços em negociar com o governo dos Estados Unidos e o STF, considerando-o uma falta de respeito.
Entretanto, após uma “longa conversa”, Eduardo recuou de suas críticas, afirmando que ambos buscam as melhores intenções para os brasileiros. Essa mudança de posicionamento mostra que as alianças dentro do bolsonarismo podem ser mais fluidas do que aparentam, especialmente quando se discute o futuro político.
Os possíveis planos de Bolsonaro e o papel de Michelle
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem planos bem delineados para o futuro. Ele considera a possibilidade de manter uma candidatura no próximo ano e, se necessário, transferir o bastão para seu filho, que poderia concorrer à vice-presidência. No entanto, Bolsonaro ainda não sinalizou apoio definitivo para nenhum dos candidatos que emergem como possíveis escolhas.
Analisando o contexto mais amplo, o ex-ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, é visto tanto por representantes da direita quanto do centro como uma opção viável para a Presidência. Contudo, ele próprio afirmou que só aceitaria o desafio de ser candidato se obtiver a bênção de Bolsonaro, que, por sua vez, parece hesitante em oferecer esse endosse.
A perspectiva de uma candidatura de Michelle Bolsonaro
Um fator estonteante na pesquisa é o apoio que Michelle Bolsonaro tem conseguido entre os bolsonaristas, o que levanta discussões sobre sua possível candidatura. Existe uma crescente especulação de que, caso a inelegibilidade de Bolsonaro se mantenha, ele poderia apadrinhar uma candidatura de sua esposa ou até mesmo apoiar um candidato de direita que se comprometa a conceder um indulto presidencial a ele, no caso de uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal.
Michelle é frequentemente vista como uma figura carismática e, devido ao seu passado como primeira-dama, pode conseguir atrair votos tanto da direita quanto de uma parte do eleitorado que sempre admirou a postura dela e a imagem que construiu ao lado de Bolsonaro.
À medida que o debate sobre o futuro da política brasileira avança, as pesquisas como a Genial/Quaest tornam-se fundamentais para prever as tendências eleitorais. O panorama pode continuar a se transformar, mas por enquanto, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro está se destacando como uma potencial candidata, refletindo a força do bolsonarismo mesmo na ausência do ex-presidente.
A pesquisa é um indicador importante do que pode ocorrer em 2024 e destaca os nomes que podem concorrer ao cargo que hoje é ocupado pelo governo do atual presidente Lula. O futuro do bolsonarismo continua a se desenrolar, com novas alianças e rivalidades moldando o cenário político brasileiro.