Brasil, 17 de julho de 2025
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Assistir vídeos em velocidade rápida impacta a memória e a compreensão

Estudos indicam que aumentar a velocidade de reprodução de conteúdos pode prejudicar a retenção de informações, especialmente em velocidades acima de 1,5x

Pesquisadores adotam diferentes perspectivas sobre os efeitos de assistir vídeos em velocidades aceleradas. Uma meta-análise recente analisou 24 estudos sobre aprendizagem e performance ao consumir conteúdo em velocidades superiores a 1x, revelando efeitos negativos na memória de curto prazo.

Impactos da reprodução rápida na memória e no desempenho

A análise mostrou que velocidades até 1,5x causam poucos efeitos negativos, mas ao ultrapassar esse limite, o desempenho nos testes de lembrança e compreensão diminui significativamente. Por exemplo, aumentar para 2x pode reduzir em até 17 pontos percentuais a pontuação média de estudantes, segundo os estudos analisados.

Curiosamente, adultos mais velhos tendem a ser mais afetados por conteúdos exibidos em velocidades superiores, o que sugere que a capacidade de processar informações rapidamente pode diminuir com a idade. Além disso, a experiência prévia com reprodução acelerada pode influenciar a adaptação a esse método de consumo de conteúdo.

Fases da memória e carga cognitiva

Na fase de codificação, o cérebro precisa de tempo para compreender o que está sendo ouvido. Quando a velocidade aumenta, há risco de sobrecarregar a memória de trabalho — sistema responsável por manipular temporariamente as informações. Isso pode prejudicar a formação de memórias de longo prazo.

Segundo especialistas, a capacidade de processar fala a velocidades superiores a 150 palavras por minuto é limitada. Mesmo que o cérebro consiga entender textos em até 450 palavras por minuto, a qualidade da memória formada pode ficar comprometida.

Restrições e possibilidades futuras

Embora a prática de assistir a vídeos em velocidade acelerada seja popular, ainda não há evidências conclusivas sobre se ela pode ser treinada para reduzir seus efeitos negativos. Alguns estudos sugerem que a exposição frequente poderia, eventualmente, ajudar o cérebro a se adaptar e mitigar os impactos.

No entanto, há dúvidas sobre se a realização constante dessa prática pode gerar efeitos a longo prazo na atividade cerebral, com hipóteses de que ela possa até fortalecer a resistência cognitiva, ou, pelo contrário, aumentar a fadiga mental.

Implicações práticas e recomendações

Especialistas recomendam que, para conteúdos que exijam maior compreensão e retenção, especialmente para públicos mais velhos ou no contexto acadêmico, seja preferível manter a velocidade padrão. Para adultos jovens, a experiência prévia com reprodução rápida pode facilitar a adaptação, mas sem garantias de que os efeitos sejam reversíveis.

Por ora, a melhor estratégia parece ser equilibrar a velocidade de reprodução com a própria capacidade de atenção e entendimento, a fim de evitar sobrecarga cognitiva e otimizar o aprendizado.

Perspectivas e avanços na pesquisa

Embora as evidências atuais indiquem limitações no uso de velocidades aceleradas, pesquisadores continuam estudando se a rotina de assistir vídeos mais rápido pode, no futuro, contribuir positivamente para habilidades cognitivas, ou se os efeitos negativos prevalecerão de forma permanente.

Segundo Marcus Pearce, professor de Ciência Cognitiva na Queen Mary University of London, compreender melhor esses processos será fundamental para orientar práticas de consumo de conteúdo cada vez mais frequentes na era digital.

Para mais informações sobre o impacto da reprodução rápida na memória, acesse a matéria completa.

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