Brasil, 17 de julho de 2025
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Pesquisa revela divergências entre filiados do PSDB e caciques do partido

Uma pesquisa interna mostra que a base do PSDB deseja uma união com outras siglas, enquanto a liderança discorda.

Uma recente pesquisa interna do PSDB, realizada pela Quaest, trouxe à tona uma significativa desconexão entre os desejos da militância e os pensamentos dos altos dirigentes do partido. Esse cenário levanta importantes questões sobre o futuro do PSDB e como ele se posicionará frente às próximas eleições.

A visão da base tucana

De acordo com os dados obtidos, 36% dos filiados que participaram da pesquisa afirmaram que a fusão com um partido que possua uma visão semelhante é a melhor saída para o PSDB. Outros 32% defenderam a criação de uma nova federação. O restante ficou dividido entre a manutenção do status quo e a ausência de uma opinião definida.

Os filiados apontaram o PSD, liderado por Gilberto Kassab, como a sigla mais desejada para uma nova parceria, com 17% das menções. Na sequência, o MDB e o PL vieram próximos, com 15% e 14%, respectivamente. Contudo, a possibilidade de unir forças com o PSD é considerada inviável pela cúpula tucana, especialmente após os desafios impostos por Kassab ao partido ao longo dos anos, desafios que culminaram na saída de importantes figuras tucanas, como os governadores Eduardo Leite e Rachel Lyra.

Desafios internos e falta de unidade

A situação do partido é complicada, já que negociações passadas, como a fusão com o Cidadania, fracassaram, e a tentativa de unir-se ao Podemos não progrediu. O deputado federal Aécio Neves, entre outros líderes significativos dentro da legenda, expressa uma preocupação profunda em relação a uma possível aliança com o MDB, pois isso poderia prejudicar suas aspirações políticas, especialmente em Goiás.

Marconi Perillo, atual presidente do PSDB, está de olho na posição de governador em Goiás, enquanto o MDB planeja lançar Daniel Vilela para o cargo, o que confronta diretamente os interesses de Perillo. Tal enredo de rivalidade demonstra a complexidade e a tensão nas relações políticas dentro e fora do partido.

A crise de identidade do PSDB

Esse dilema não se restringe apenas à falta de alianças estratégicas. A pesquisa também revela um abismo entre a liderança tucana e a base partidária, refletido nas críticas feitas por Márcio Aith, que destacou a natureza fragmentada do PSDB. Segundo ele, o partido sempre funcionou mais como uma federação de líderes do que como uma verdadeira entidade política com uma base sólida e engajada.

A pesquisa identifica que um expressivo setor dos filiados se vê como parte da direita (50%), enquanto 42% se consideram no centro do espectro político. Essa categorizarão fornece um retrato relevante para debates internos que o PSDB deve enfrentar à medida que se aproxima a campanha eleitoral.

Revitalização e futuro do PSDB

A contratação do marqueteiro Marcelo Vitorino e o novo slogan “radical no que importa” indicam que o partido busca uma renovação na sua comunicação e posicionamento. Além disso, a possibilidade de trazer Ciro Gomes de volta à sigla é uma jogada audaciosa que pode dar um novo direcionamento ao partido, especialmente no estado do Ceará.

Entretanto, os movimentos nos bastidores não são claros, como evidenciado pela filiação do ex-governador do Rio, Wilson Witzel, que gera controvérsias dado seu passado recente de impeachment. Essa ação contradiz as aspirações do partido de se posicionar contra figuras políticas controversas e de consolidar uma imagem mais forte e coesa frente ao eleitorado.

Perspectivas para o futuro

As próximas eleições são cruciais para o PSDB, que precisa não apenas reverter sua imagem, mas também reconectar-se com sua base histórica. Como o cenário político se desenrola, as decisões tomadas agora terão um impacto profundo nas futuras estratégias e eleições do partido.

Com uma base de filiados dividida e uma liderança hesitante, o PSDB está atravessando um momento decisivo. Combinando a necessidade de renovação com a pressão por unidade, o partido deverá encontrar um caminho claro para garantir sua relevância no panorama político do Brasil.

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