Brasil, 17 de julho de 2025
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Advogado de Filipe Martins nega acusações de ligação com Tarcísio

Jeffrey Chiquini, advogado de Filipe Martins, rebate declarações de Moraes sobre supostas ligações com o governador de São Paulo.

Na última quarta-feira (16/7), o advogado Jeffrey Chiquini, que representa Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro (PL), respondeu a declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante o pronunciamento, Chiquini negou categoricamente ter acusado o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de qualquer envolvimento em uma suposta trama golpista.

Acusações e respostas

Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, o advogado classificou como “mentirosa” a afirmação de que ele teria imputado responsabilidade direta a Tarcísio em depoimento dado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. “O advogado acusou o Tarcísio? Grande mentira. Isso é falso. Quero ver provar”, declarou Chiquini.

A polêmica ganhou novos contornos na última segunda-feira (14/7), quando, durante uma audiência da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, Chiquini apresentou uma planilha de entradas no Palácio da Alvorada. Segundo o documento, elaborado pela Polícia Federal a partir de registros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Filipe Martins esteve no local no mesmo dia e horário que Tarcísio e Mauro Cid, levantando questionamentos sobre a natureza dos encontros.

O advogado não hesitou em questionar Cid durante a audiência: “O governador Tarcísio foi lá conversar sobre minuta de golpe também?” O ex-ajudante sorriu, e isso levou o defensor a repreendê-lo. Moraes, que presidia a sessão, interveio, afirmando que uma acusação formal contra o governador deveria ser remetida à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bandeira da inocência

No vídeo de resposta, Chiquini reafirmou que a planilha apresentada não serve como prova de um complô: “Essa tabela não é prova de nada. Não é porque alguém esteve com o presidente naquele dia que tratou de golpe. Nem o Filipe Martins, nem o Tarcísio, nem o padre trataram disso.”

O advogado ainda comentou sobre o que chamou de “seletividade” nas investigações, questionando por que alguns nomes citados na planilha não são mencionados nas acusações. “Por que o padre virou alvo de busca e apreensão e o Filipe está sendo acusado, enquanto outros nomes citados na mesma planilha sequer são mencionados?” Esse contato com a mídia e o público tem como objetivo reforçar a ideia de que tanto Tarcísio quanto Filipe são inocentes.

Contexto do caso

  • Filipe Martins é réu em uma ação penal por suposta participação em uma trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após a vitória nas eleições de 2022.
  • A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que Martins ajudou a estruturar um plano para a decretação ilegal de estado de sítio e a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder.
  • Outros investigados incluem o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, a delegada da PF Marília Alencar, o general Mário Fernandes e o coronel Marcelo Câmara.
  • As acusações envolvem tentativa de golpe, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Embate com Moraes

Na mesma audiência, Chiquini teve outro momento tenso ao interpelar o ex-ministro do GSI, general G. Dias, questionando se as imagens utilizadas nas investigações da invasão ao Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro haviam sido fornecidas de forma seletiva. Moraes não deixou passar e advertiu: “O senhor está acusando alguém de ter feito as imagens desaparecerem?”.

Neste cenário de forte tensão, o advogado anunciou à imprensa que pretende acionar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para denunciar “violação de seus direitos como advogado” após Moraes silenciar seu microfone em um momento crítico durante a audiência.

A situação evidencia a complexidade do caso, que envolve questões legais e políticas intrincadas, além de um embate entre instituições judiciais e defensores dos acusados. A discussão sobre a seletividade das investigações e a eventual responsabilização de figuras políticas continua a gerar debates acalorados na esfera pública.

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