Brasil, 17 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Tarifas de 50% dos EUA ao Brasil podem ser revertidas

A proposta de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros está sob avaliação, com possibilidade de recuo por fatores políticos e econômicos

Depois do anúncio feito pelo ex-presidente Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, o cenário político e econômico internacional e interno se intensificou em discussões sobre sua eventual implementação ou recuo. A medida, que visa questões comerciais e políticas, gerou reações diversas no Brasil, com o governo avaliando medidas de retaliação e analistas destacando impactos potenciais.

Origem política e reações no Brasil

Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas às ações do STF (Supremo Tribunal Federal) e apoio a Jair Bolsonaro, apontando motivações políticas na proposta das tarifas. Segundo o boletim do Deutsche Bank, embora o tema oficial seja o desequilíbrio comercial, o conteúdo da carta indica uma estratégia com interesses políticos claros, o que agravou a polarização interna brasileira.

Na resposta, o governo brasileiro afirmou que pode usar a Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, para aplicar retaliações, embora nenhuma medida concreta tenha sido ainda formalizada. Enquanto isso, o impacto político se reflete na própria economia e na cotação do real, que reagiu à notícia com volatilidade.

Impacto econômico das tarifas nos EUA

Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado de exportação do Brasil, correspondendo a cerca de US$ 40,4 bilhões em 2024, com setores como petróleo, café, suco de laranja, carne bovina, aço e aviação sendo os mais expostos. A imposição de tarifas de 50% pode prejudicar a competitividade desses produtos, provocando perdas de mercado, redução de empregos e pressão sobre o câmbio brasileiro.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços indicam que os EUA possuem superávit comercial com o Brasil desde 2009, acumulando US$ 43 bilhões em uma década, o que reforça a tese de que a medida tem forte motivações políticas, não econômicas.

Possibilidade de recuo e análise de mercado

De acordo com a advogada Teresa Meyer, especialista em Direito Tributário Internacional, há chances de Trump recuar devido ao histórico de imprevisibilidade de suas ações. “Considerando eventos passados, é possível que ele volte atrás com as tarifas ao Brasil”, afirma ao Portal iG. O impacto, caso as tarifas sejam mantidas, dependerá de como os mercados irão reagir e se outros países poderão absorver os produtos brasileiros que perderem espaço nos EUA.

Produtos como café, suco de laranja e carne bovina, dos maiores produtores mundiais desses itens, podem encontrar dificuldade de substituição por outros fornecedores, como a China, que também é grande consumidora dessas commodities.

Perspectivas futuras e impactos a longo prazo

O Deutsche Bank destaca que, embora as exportações para os EUA representem cerca de 2% do PIB brasileiro, quase 18% das exportações da indústria de transformação do país têm como destino o mercado americano. Além disso, os EUA também são uma fonte relevante de investimentos e detêm parte significativa de ações e títulos brasileiros.

A solicitação de uma possível intervenção da Justiça americana para barrar as tarifas ainda pode influenciar o desfecho da situação. A expectativa é que o governo dos EUA tome uma decisão até 31 de julho, prazo final para intervenção jurídica.

Impactos e próximos passos

Segundo o relatorio do Deutsche Bank, a tensão também é agravada pelos laços comerciais recentes entre Brasil e China, incluindo projetos estratégicos de infraestrutura, o que pode influenciar a resposta internacional ao movimento de Trump. A volatilidade na cotação do real fez parte do cenário após o anúncio, embora os mercados tenham mostrado menor expectativa de implementação efetiva das tarifas.

Embora o impacto a longo prazo ainda seja incerto, a análise de especialistas aponta que a situação dependerá bastante das decisões políticas nos Estados Unidos e das respostas do Brasil e de outros parceiros comerciais diante dessa tensão.

Para saber mais, acesse a matéria completa no portal iG.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes