Brasil, 17 de julho de 2025
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Petistas e bolsonaristas disputam narrativa sobre robôs nas redes

Bolsonaristas acusam o PT de contratar robôs para difamar Bolsonaro nas redes sociais, em resposta a investigações dos EUA.

Nos últimos dias, a expressão “PT CONTRATOU ROBÔS” ganhou destaque nas redes sociais, especialmente no X, o antigo Twitter, em um movimento orquestrado por bolsonaristas. Com mais de 73 mil publicações, essa hashtag é uma reação aos dados divulgados pelo periódico O Globo, que apontam perfis de esquerda com comportamento automatizado e coordenado, focalizando críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao presidente americano Donald Trump. O contexto dessa mobilização se intensificou após o anúncio dos EUA de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

A reação bolsonarista e as acusações contra o PT

A reportagem do O Globo destacou que cerca de um terço dos 1,6 milhão de posts com a frase “Bolsonaro taxou o Brasil” foi originada por um pequeno número de contas que postam em alta frequência. Entretanto, não existem provas concretas de que o PT, partido do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tenha contratado robôs para impulsionar essa mobilização.

Entre os principais nomes da reação bolsonarista, aparece o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que utilizou suas redes sociais para associar o atual governo a uma “verdadeira milícia digital”. Em sua postagem, Flávio usou as hashtags “Lula quer o caos” e “Gabinete do ódio do PT”, oferecendo uma interpretação negativa do comportamento político de seus adversários.

Outros parlamentares, como o deputado federal Zé Trovão (PL-SC), também se manifestaram, alegando que o PT “não consegue mobilizar pessoas” e que teria escolhido “contratar robôs para o gabinete do ódio”, com o intuito de “gerar o caos”. Essa narrativa foi amparada por convites de figuras como Mário Frias e Paulo Bilynskyj, que pediram aos seguidores que usassem a mesma tag em suas postagens.

Petistas rebatem acusações em defesa do governo Lula

Enquanto bolsonaristas intensificam suas acusações, petistas contrabalançam a narrativa com o mote “BOLSOTRUMP CONTRA O PIX”. Essa reação se dá em contextos conturbados na relação entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) abrir uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil, o que poderia impactar negativamente as operações de empresas americanas no país.

O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) ironizou as alegações de Bolsonaro e seus apoiadores, alegando que, incapazes de defender o indefensável, eles tentam desviar a atenção acusando o PT de contratar robôs. “O Pix é do Brasil”, afirmou em sua publicação, referindo-se ao sistema de pagamento desenvolvido no país.

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG) também publicaram um vídeo enaltecendo a necessidade de debater essas questões para “informar as pessoas sobre esse absurdo”. Eles condenam as ações dos EUA e associam a postura do governo americano com a do governo Lula, enfatizando que, enquanto isso, o projeto do atual presidente para isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil avança na Câmara.

A ex-deputada Carla Ayres (PT-SC) também se pronunciou. Ela lamentou os ataques contra o Brasil por parte de Jair e Eduardo Bolsonaro, afirmando que eles “seguem estimulando” as taxações vindas dos EUA. “Agora, eles querem que o Brasil acabe com o Pix”, alertou em suas publicações.

Implicações das investigações dos EUA

A discussão sobre robôs e manipulação digital se intensifica à medida que as investigações dos EUA ganham força, trazendo à tona a tensão nas relações comerciais entre os dois países. As reações nas redes sociais refletem a polarização crescente no Brasil, onde cada lado busca legitimar seu ponto de vista e deslegitimar o adversário.

É inegável que as redes sociais desempenham um papel crucial nesse embate, servindo tanto como campo de batalha para discursos políticos quanto como plataforma para a circulação de desinformação. A disputa por narrativas se estabelece em um cenário onde as emoções se sobressaem à racionalidade, provocando um reflexo das divisões cachoeiradas na sociedade brasileira.

Enquanto o debate se intensifica, o Brasil observa e participa de uma manifestação digital que vai muito além das simples interações na web, refletindo interesses políticos e sociais que continuarão a moldar o futuro da política brasileira.

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