Recentemente divulgada, a pesquisa Genial/Quaest revela uma significativa recuperação na popularidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Esse aumento na aprovação, de 40% para 43%, e uma queda na desaprovação, de 57% para 53%, sinaliza uma alteração no sentimento da população que pode estar diretamente ligada a preocupações econômicas e propostas fiscais, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Crescimento na percepção de apoio
Com um aumento na aprovação de três pontos percentuais em comparação ao levantamento anterior realizado em junho, a pesquisa sugere que, embora as variações fiquem dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, a distância entre os percentuais de aprovação e desaprovação diminuiu de 17 para 10 pontos. Isso aumenta a probabilidade de que o governo tenha conseguido realmente reverter a tendência negativa de aceitação.
Impacto nas classes sociais
Um aspecto interessante da pesquisa é o recorte por renda, que mostra diferentes respostas entre as classes sociais. A taxa de desaprovação entre os que ganham até dois salários mínimos caiu de 51% para 49%, permanecendo a aprovação em 46%. Em contrapartida, entre aqueles que recebem de dois a cinco salários mínimos, a percepção negativa diminuiu de 58% para 52%, enquanto a positiva cresceu de 39% para 43%. Isso indica que o governo pode estar reconquistando a confiança da classe média, que é crucial em tempos de crise econômica.
Avaliação por escolaridade e faixa etária
A percepção de melhora na avaliação do governo Lula é notavelmente mais acentuada entre os estudantes e graduados do que entre aqueles com escolaridade mais baixa. Além disso, a pesquisa mostra que na faixa etária entre 35 e 59 anos, a sensibilidade às avaliações de governo aumenta, ao contrário dos jovens entre 16 e 34 anos, cuja percepção permaneceu praticamente inalterada.
Diferenças entre gêneros e regiões
Outro dado relevante aponta que a avaliação do governo também subiu entre as mulheres, com a desaprovação caindo de 54% para 49%, enquanto a aprovação passou de 42% para 46%. Já entre os homens, a avaliação se manteve estável, com 39% aprovando e 58% desaprovando o governo. Essa tendência reflete uma evolução nas opiniões entre os diferentes gêneros sobre o desempenho do governo.
No que se refere às regiões do Brasil, Lula apresenta desafios principalmente no Nordeste, onde sua popularidade já foi mais forte. No entanto, houve uma leve recuperação no Sudeste, a região que concentra a maior parte do eleitorado nacional. Mesmo assim, ainda enfrenta desaprovação significativa nessa região, com 40% de pessoas aprovando o governo, contra 56% de desaprovação.
Interações religiosas
Apesar das tentativas de aproximação do governo com grupos evangélicos, a aprovação entre esse segmento não se alterou, tendo a desaprovação subido para alarmantes 69%. Por outro lado, entre os católicos, a situação é um pouco mais favorável ao governo, com uma aprovação de 51% e desaprovação de 45%, indicando um maior apoio nesse grupo religioso.
Esses dados mostram que a recuperação da popularidade do governo Lula pode estar fortemente ligada a fatores econômicos e propostas que tocam diretamente a vida da classe média e dos segmentos que mais buscam segurança financeira em tempos de crise.
Assim, a pesquisa aponta não apenas os desafios que ainda permanecem, mas também oportunidades para que o governo possa trabalhar em propostas que continuem a reverter a desaprovação e consolidar um apoio sólido entre as diferentes parcelas da população brasileira.