O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, reuniu-se nesta quarta-feira com representantes do setor produtivo e empresários para discutir a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. O encontro faz parte dos esforços do governo brasileiro para evitar prejuízos bilionários às exportações nacionais.
Discurso sobre a crise gerada pelas tarifas de Trump
Após um dia de intensas negociações com representantes da indústria e do agronegócio, Alckmin afirmou que o governo busca acelerar as articulações diplomáticas para reverter a medida. “Vamos continuar amanhã com empresários americanos e brasileiros, organizações do cooperativismo, CNA, CNC e outros setores que querem ser ouvidos. Acho que temos aí os próximos dias muito importantes para a gente reverter um quadro que não tem a menor lógica do ponto de vista econômico e nem comercial. É prejudicial para o Brasil e é prejudicial aos Estados Unidos”, declarou.
Impactos e preocupações do setor produtivo
Na reunião de ontem, o governo recebeu representantes de setores diretamente afetados pela medida, como carne bovina, frutas, suco de laranja e café. Essas entidades relataram insegurança nos embarques já contratados, riscos de colapso logístico e impacto imediato sobre o emprego e a renda no campo. As propostas incluem ações diplomáticas intensas para buscar uma solução que minimizem esses efeitos.
Perspectivas e próximos passos
Geraldo Alckmin destacou que, embora o governo não descarte buscar mais prazo, a intenção é não solicitar mais tempo para a implementação da tarifa, procurando uma solução definitiva até o dia 31 de julho. “Houve uma colocação de que o Brasil é exíguo, mas a ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver e avançar nos próximos dias”, afirmou o vice-presidente.
Além das conversas diplomáticas, o governo brasileiro tenta articular ações internas, como a votação de projetos no Congresso que possam ajudar a aliviar os impactos, incluindo a aprovação de propostas relacionadas ao teto de despesas e ao IOF. Ainda assim, há a expectativa de que as negociações internacionais possam evitar uma escalada de tarifas ou medidas mais restritivas.
Impacto na economia brasileira
Especialistas alertam que as tarifas de Trump podem afetar negativamente setores estratégicos da economia brasileira, como agronegócio e indústria de transformação, colocando em risco milhões de empregos e prejudicando a balança comercial do país. Segundo dados do Ministério da Economia, as exportações brasileiras para os EUA ultrapassaram US$ 50 bilhões em 2024.
O governo reafirma sua prioridade de resolver a questão de forma diplomática e evitar consequências ainda mais drásticas. A expectativa é de que novas reuniões aconteçam nos próximos dias, visando uma solução que minimize os prejuízos e preserve o relacionamento comercial entre Brasil e Estados Unidos.
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