A evolução tecnológica vem transformando a relação entre pacientes e profissionais de saúde, especialmente com o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT. Embora essas inovações possam apoiar um diagnóstico mais rápido, especialistas alertam para seus limites, sobretudo na área médica.
Do Dr. Google ao Dr. ChatGPT
Hoje, é possível consultar a internet e obter respostas rápidas, reduzindo a necessidade de uma visita presencial ao médico. No entanto, essa prática levanta dúvidas sobre a confiabilidade dos autodiagnósticos gerados por IA, que, muitas vezes, apresentam erros graves, colocando vidas em risco.
Segundo estudos recentes, uma em cada quatro pessoas na Espanha percebe a internet como fonte de desinformação na área da saúde, o que reforça a necessidade de buscas responsáveis pelos usuários. Ainda assim, a IA ganhou espaço como ferramenta de apoio, com promessas de avanços médicos potencialmente revolucionários.
Limitações e riscos da IA na medicina
Embora o ChatGPT possa ajudar no diagnóstico de condições comuns, ele possui limitações importantes. Pode falhar em identificar sinais de doenças graves, como acidente vascular cerebral, levando o paciente a adiar a busca por atendimento profissional.
De acordo com o professor Shunsuke Koga, da Universidade da Pensilvânia, a IA não substitui o médico. “Ela é uma faca de dois gumes: ajuda, mas também oferece riscos de desinformação, especialmente quando usada por pessoas sem formação médica”, explica.
A ilusão de inteligência e os riscos de confiança
O grande problema da IA atualmente é a sua confiança excessiva: ela apresenta respostas convincentes, mas muitas vezes equivocadas, com uma aparente “inteligência” que ela não possui realmente. Como explica o experiente Searle, saber manejar símbolos não implica compreensão ou raciocínio real.
Além do mais, as limitações dos sistemas de IA geram vieses nos diagnósticos, uma consequência direta dos dados utilizados para treiná-los. Quando esses dados contêm preconceitos, eles são replicados pelo sistema, agravando a possibilidade de erros.
Quem responde pelos erros?
Outro ponto delicado é a responsabilização por erros de diagnósticos através da IA. Caso uma ferramenta, como o ChatGPT, indique de forma equivocada que uma pessoa não precisa procurar um médico, ela pode estar colocando vidas em risco, sobretudo em casos de diagnósticos errados de doenças graves.
Segundo fontes de tecnologia, incluindo a Meta, que planeja criar laboratórios dedicados à superinteligência, o controle desses sistemas é essencial para evitar consequências catastróficas, sobretudo na saúde.
Combinação de IA e critério clínico
Especialistas destacam que o ideal é usar a inteligência artificial como complemento ao julgamento médico. A supervisão de um profissional qualificado continua sendo imprescindível para garantir segurança e precisão nos diagnósticos.
Como aponta Juan Parras Moral, professor de Engenharia de Telecomunicações na Universidade Politécnica de Madri (UPM), a IA é uma ferramenta poderosa, mas que precisa ser utilizada com critério, evitando seu uso indiscriminado que possa prejudicar o pensamento crítico.
Futuro da IA na saúde: promessas e cuidados
Embora os grandes avanços da IA tenham potencial de revolucionar o setor, é fundamental compreender suas limitações. O uso responsável e a supervisão médica contínua são essenciais para evitar que tecnologias como o ChatGPT se tornem, na prática, riscos para a saúde.
Assim, a automedicação e o autodiagnóstico sem respaldo clínico permanecem perigosos. A recomendação é que qualquer dúvida médica seja resolvida por um especialista, mesmo com a disponibilidade de informações rápidas na internet.
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