A partir de julho de 2025, os Estados Unidos anunciaram a retomada de uma tarifa de 17% sobre os tomates importados do México, após se retirarem de um acordo de 2019 que suspendeu essas tarifas. Essa medida deve impactar o custo dos tomates nos supermercados americanos e, indiretamente, os preços para os consumidores brasileiros, que dependem bastante de importados.
Impacto no preço e no mercado de tomates
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, aproximadamente 70% dos tomates consumidos no país vêm do México, com o restante produzido na Flórida. Embora o aumento no preço de uma caixa de tomates possa ser de poucos cents, o cenário ocorre em um momento de forte inflação, já bastante difícil para o bolso do consumidor, afirma David Ortega, economista de alimentos da Michigan State University.
“Esta é uma das frutas e vegetais mais consumidos nos EUA e é fundamental considerar o contexto de alta nos preços de alimentos nos últimos anos”, destaca Ortega. “Mesmo uma pequena alta pode fazer diferença, especialmente para famílias de baixa renda.”
Histórico de disputa comercial entre EUA e México
As tensões comerciais envolvendo tomates entre os dois países têm uma longa história. Em 1996, agricultores americanos acusaram os mexicanos de “dumping” — vendendo tomates por preços artificialmente baixos nos EUA. Em resposta, o México concordou em estabelecer preços mínimos para proteger os agricultores locais, enquanto os EUA suspenderam investigações sobre práticas comerciais desleais.
Conflito e consequências para o mercado
Desde então, os acordos sobre o piso de preços foram feitos quatro vezes, mas as reclamações de que o México continua praticando práticas comerciais injustas persistem. Como resultado, a participação dos tomates americanos no mercado caiu de 80% para 30%, enquanto as importações mexicanas cresceram 400%, conforme dados da Florida Farm Bureau.
Perspectivas futuras e impacto nos preços
Especialistas alertam que a nova tarifa pode elevar os custos de tomates, afetando cadeias de abastecimento e preços finais. Para os consumidores brasileiros, que também sentem o peso da inflação global, o aumento pode refletir em preços mais altos nos supermercados, principalmente de produtos derivados ou influenciados pelo mercado externo.
Segundo analistas do setor agrícola, essa medida reforça a instabilidade das relações comerciais na América do Norte e pode desencorajar a competitividade dos produtos norte-americanos perante as importações mexicanas.