No último ranking de saneamento básico elaborado pelo Instituto Trata Brasil, a cidade de Piracicaba apresentou uma queda significativa em seu desempenho. O município que ocupava a 19ª posição geral, agora foi rebaixado para o 24º lugar. Esta reavaliação trouxe à tona preocupações, especialmente em relação ao alto índice de desperdício de água tratada, que coloca a cidade entre as dez piores do país.
Desperdício alarmante de água em Piracicaba
Piracicaba ocupa a 94ª posição no quesito desperdício de água tratada, perdendo impressionantes 55% do que é consumido antes mesmo de chegar às torneiras da população. Isso significa que mais da metade da água tratada nunca chega a ser utilizada, apresentando um cenário preocupante diante das necessidades de um controle eficiente dos recursos hídricos.
Além disso, a cidade ainda enfrenta desafios em relação à sua infraestrutura de saneamento, refletindo a urgência de investimentos e ações corretivas para melhorar a situação. O diagnóstico do Instituto Trata Brasil, que avaliou as 100 cidades mais populosas do Brasil, se baseou em diversos critérios, como captação e tratamento de água, coleta e tratamento de esgoto, gestão de desperdício e nível de investimentos para a melhoria do sistema.
Comparativo com Limeira e o impacto do Marco Legal
No entanto, nem todas as cidades da região tiveram resultados negativos. Limeira, por exemplo, subiu da 4ª para a 2ª posição no ranking, mostrando um comprometimento com a melhoria do saneamento. Essa evolução destaca a eficácia do Marco Legal do Saneamento Básico, que estabelece metas rigorosas para o acesso à água e ao tratamento de esgoto até 2033.
De acordo com Luana Pretto, presidente executiva do Instituto Trata Brasil, a meta é que até 2033, 99% da população tenha acesso à água tratada, e 90% ao tratamento de esgoto. Além disso, até 2034, espera-se uma redução de 25% nas perdas de água. O cumprimento dessas diretrizes é essencial para que as cidades possam alcançar notas máximas nas avaliações do ranking.
A visão da Prefeitura de Piracicaba
A Prefeitura de Piracicaba, em nota divulgada à EPTV, uma afiliada da TV Globo, justificou a queda no ranking, atribuindo o resultado aos dados referentes à administração anterior. Segundo a administração atual, os esforços estão sendo feitos para corrigir os problemas históricos e implementar melhorias no sistema de saneamento da cidade.
A importância da gestão de água tratada
A má gestão da água tratada não apenas representa um desperdício de recursos financeiros, mas também acarreta em problemas ambientais sérios, como a escassez de água em épocas de seca. Em um país onde muitas regiões ainda lutam para garantir o acesso à água potável, a situação de Piracicaba serve como um alerta sobre a necessidade de ações imediatas para melhorar a eficiência dos serviços de saneamento.
Enquanto isso, a cidade de Limeira serve como um exemplo positivo, mostrando que com investimento e planejamento, é possível melhorar índices relacionados ao saneamento e, consequentemente, a qualidade de vida da população.
Próximas ações e consequências
Diante deste cenário, especialistas alertam que a cidade precisa de um plano robusto para lidar com as questões de saneamento básico. O investimento em infraestrutura, melhorias na captação e tratamento de água, e estratégias para reduzir as perdas são passos fundamentais para que Piracicaba possa não apenas se recuperar no ranking, mas, principalmente, garantir água limpa e segura para todos os seus habitantes.
A situação atual chama a atenção para uma realidade que muitos brasileiros enfrentam: o acesso à água tratada de qualidade é essencial para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável das cidades.
Enquanto as discussões sobre o saneamento básico e as metas do Marco Legal avançam, a população de Piracicaba aguarda ações concretas que possam mudar este triste panorama aqui apresentado.
